segunda-feira, 2 de abril de 2012

aos 29 estou conseguindo conquistar uma sobriedade que tem sido muito boa de se sentir.
não virei monge, nem descobri o sentido da vida, muito menos as verdades prometidas. também não virei um adulto com 'a' maiúsculo, pelo menos é o que eu acho...
é toda uma conjunção de coisas que está me proporcionando sentir a mesma vida, as mesmas coisas, mas com um gosto diferente.
hoje, quando limpava minha guitarra tão sujinha e empoeirada, pensei em quanto tempo eu não parava pra tirar uma música nela. aprender a tocar algo bobo, mas prazeroso, só pelo prazer de ouvir o som dela que tanto gosto. [tenho uma relação anímica com meus intrumentos, ponho nome, pergunto como estão e peço desculpas quando deixo eles empoeirados e esquecidos no canto].

eu me sentia indigno de me proporcionar prazer sendo que nem tinha como me manter financeiramente aqui. socialmente me sentindo um inepto. assim me puno, mas nem sei mesmo o motivo pelo qual o faço. e nao me venham com 'que absurdo isso que você faz com você mesmo', a gente sempre se pune quando não damos certo.

eu tinha deixado minha vida toda pendurada num prego, esqueci dela, e irritado prossegui.
me engalfinhei comigo mesmo e apaguei por completo. às vezes faço isso, como um bicho que se finge de morto e depois retorna.

espero que daqui por diante esses momentos de ostra, que sempre existirão, sejam menores e mais eficazes.

estou mais tranquilo, porém, latente.