quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

eu vou me decepcionar e isso já é certo.
seu sorriso virá incerto, seu coração
antes aberto, agora empacotado
num papel de presente reusado.

tudo por um sorriso,
que amanhã vira dor, dor de juízo.

domingo, 20 de janeiro de 2013

me movimento por projetos. fitar um ovo não teria sentido se não fosse parte de um processo maior, fritá-lo então...

agora, quase aos trinta, me considero um daqueles seres letárgicos, que só acordam, movimentam, diante de uma situação realmente impactante e necessária, e de um bote só resolvem a parada.
passo muito tempo gestando um projeto e gasto as energias pra botá-lo em prática. isso me gera uma certa dificuldade de assimilar, não de enxergar, certas movimentações ao meu redor, pois estou eu lá,
 tomado pelo meu projeto, olhos vidrados na gota que cai, esperando que ela se torne, um dia, estalactite.

um projeto não precisa durar, precisa começar, acontecer e dar tchau, e, mais ainda, um projeto está ancorado na ideia de que uma série de processos irão desaguar numa consequência maior, inesperada, mesmo que calculada. o projeto finda, os espólios de guerra, não.

passo tempos gestando, alimentando certas ideias, pareço não estar ligando, não ter sido afetado pelo expediente das necessidades mais comezinhas da vida, mas estou gestando.
depois disso, invisto cada centavo de energia em um projeto. por isso prefiro caminhar sozinho, quem se aproxima acaba não entendendo, me cansa explicar o quanto me frustra  não vê-lo dar certo.

um projeto pode levar às vezes um dia pra ser concretizado, mas uns bons 365 dias ou graus pra ser visualizado, criado, diria. nada nasce ao acaso, mas do acaso. um projeto não pode se fechar em metas, procedimentos, um plano exige o entendimento de que algum passo precisa ser dado. é um avanço.

um projeto funciona como um raio-x das coisas. revela fios invisíveis, possibilidades de agir, mas revela um mundo que acontece à minha revelia. não há controle.

'quem me vê sempre parado, distante, garante que eu não sei sambar, tô me guardando pra quando o carnaval chegar' (chico buarque)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

para dizer pedra, dizemos dinossauro.
aliviar o estômago, moedas de zinco.
a ironia já estava em tudo. fora disso, nostalgia.
o ponto nevrálgico de banho-maria.

eu ia dizer muito mais do que disse
e cabia num só grito o que ia dizer
consulte seus manuais, sinta a brisa.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

a vida, essa grande máquina de viver.