terça-feira, 29 de setembro de 2009

...não tem problema, a gente faz um concerto de dispersos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

seja feliz
e aguente.

se não em engano era isso.

domingo, 27 de setembro de 2009

-as pessoas choram pelos mais variados motivos, acredite.
-sério?
-hanram.
-ah,num acredito...sei lá...
-pois pode começar..


...a chorar ou acreditar?
isso ele esqueceu de dizer.
e eu, de perguntar.
duas coisas acontecem no meu coração...intermitentemente...


sístole e diástole.


dito isso o bar fechou.
todos os cães vadios calaram.
malandro botou a viola no saco
e a manhã fez o seu trabalho
amanhecer.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

onde há muitos segundos
é porque faltam primeiros;
aqui sobram terceiros.

sábado, 19 de setembro de 2009

aqui, no meu coração, as pessoas vem e vão.
umas mais vem.
outras mais vão.

da chu.
você não é importante
você só importa.
você confia na certeza.

você desconfia da incerteza.

você não acha incerto ter que confiar e desconfiar
de tudo?
O amor fulgura sozinho
No alto.
Em caixa alta
e negrito.

Os personagens desse idílio
figuram discretos
numa nota de rodapé.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

é sentindo que se faz sentido.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

vento frio pela janela
um jazz no estéreo
roupas dependuradas.

acúmulo de xícaras de café.

a descrição
discretamente
nos segreda.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

de lança em punho
vamos nós
nós
nossa falange.
ando incompleto.
sinto o fulgor de mil planos mirabolantes, a mágica de fazê-los reais e a desavença, o descompasso entre minhas pernas, o caminho e o plano.
ano incompleto.
não dependo de mim, meus planos sim. sem mim, eles vagueiam por ai, nas bordas dos livros, no silêncio entre as canções, no entreabrir da cortina. sem eles apenas folheio livros, escuto canções e assisto peças.
ao incompleto.
decerto volto só no metrô. mas o metrô todo está só também. não há uma alma morta, todas vivas, sozinhas, por um domingo.
o incompleto.
por onde vou é preciso ter dupla visão das coisas e falar único, cheio, certo. por sobre esse rio muita ponte se construiu. de igual modo, sob essa ponte muito rio passou.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

o passado a gente carrega nas costas
o futuro, na cabeça.
passando incólume por mais um domingo.
qual o plano?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

2.

nunca falo de mim
não me ponho no meu devido lugar.

contorno o que digo
apenas retiro a pedra do calcanhar.

ponha-se no meu lugar
fique exatamente onde eu fico.

onde couber uma palavra
Tudo ainda valerá.

suspiro e me intrigo
meu joio anda sem trigo.
1.

olho reto
sempre em frente.
constantemente esbarro
em quem vai do lado.
não olho, a não ser de soslaio
pois ninguém haverá.
só olho pra frente
olho reto.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

os segundos se abalam
e os minutos correm atrás da hora;
o relógio que não me deixe mentir.

gordo, o ponteiro das horas
trota devagar, a cavalo.
maior e mais leve, o ponteiro dos minutos
trata de apressar, um corcel.
magricelo e desesperado, o ponteiro dos segundos
salta em disparada, um caça.

todos correm atrás do tempo
que não corre atrás de nada
e se desfaz em urgências
ambulância na auto-estrada.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

você precisava dizer
eu, ouvir.
há nisso um vem-e-vai de águas
difícil de se nadar, mas muito bom
de se ver.
preguiça de fazer o que gosta
de sentir a vida dando certo.
explica essa manobra dantesca
de quixotear-se a torto e direito?
o passado deu aquele muxoxo
deu de ombros
soslaio de desdém
fez que não ligava e não ligou mesmo.

até hoje o futuro, estático, pregado
ao lado da mesinha de telefone
espera por esse passado
constantemente envolvido em esbórnias
visto e revisto em chafurdas
de cair o queixo.

o passado, agora livre do futuro
pode melhor usufruir do presente.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

é só borra, resto de café numa xícara vazia
na mesma estante um filósofo pós-moderno grita
pra desligar o som, nada de jazz nem blues
e de quebra me pede: desligue o abajur.
nesse coro não sei bem se faço terça ou quinta

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

no dia em que tudo isso fizer sentido.
Prometo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

as coisas somem com a mesma assombrosidade com que aparecem.
o que eu ia dizer se perdeu.
não que tudo esteja perdido,
só o que eu ia dizer.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

rezar é fácil
difícil é conseguir
a graça.