terça-feira, 28 de junho de 2011

domingo, 26 de junho de 2011

você pode até achar bobagem, mas o meu time perdeu hoje.
perdemos feio, foi até vergonhoso.
comprei umas cervejas, uns petiscos na perspectiva de um grande jogo. meu time podia até perder, mas assim...
levamos uma surra, uma goleada sonora, como dizem.

ver seu time perder no domingo é quase um agouro. não há outra coisa a fazer, senão comprar mais cerveja, mais petiscos e chorar essa desilusão, mais uma...

amanhã é segunda e vida te exibe um cartaz com os dizeres: acorde!
e as dores futebolísticas são superadas por outras necessidades, outros afazeres.
mas na vida ou no futebol, há sempre um dia após o outro. os dias não vêm geminados, assim como os passos também não. é um passo a frente do outro.

é esse o clima...

sábado, 25 de junho de 2011

quem trabalha com crítica literária na academia sabe disso.

o glamour que envolve a coisa do poeta, principalmente ele, é algo que as vanguardas já demoliram e deram outra cara no inicio do século XX.
os ismos mataram a facadas aquele poeta da lira e criaram outro, agitador e experimentador.
a geração de 60/70 deixou a barba crescer e não botou-a de molho. poesia panfletária, marginal, de agitação.

o glamour mesmo talvez não exista mais, mas há uma expectativa de antemão já detectada e controlada por parte das pessoas. e isso ainda faz do poeta o cara que diz algo que vale a pena ouvir, mas com ouvidos fingidamente desatentos.

eu cá penso na atividade da escrita de poesia como desentupir uma pia, tirar o pó dos móveis ou lavar a louça suja. como se não houvesse nela nada a mais do que aquilo que há.
me explico. a atividade da escrita  de poesia faz com que o autor perceba o quanto pode ser ouvido, fato que faz com ele próprio  perceba-se como autor, como alguém que tem algo a dizer porque há também a necessidade de escutar. seu auto-olhar começa a fetichizar a sua atividade, projetando sobre si um glamour que deve ser disfarçado.
um poeta só tem duas escolhas, assumir o glamour ou evitá-lo. como dizia mário de andrade, se o poeta mostra seus escritos é por vaidade, se não mostra também.

escrever poesia é como desentupir uma pia, tirar o pó dos móveis ou lavar a louça suja. é deixar as coisas funcionarem como funcionam, é a manutenção delas.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

passo muito tempo tentando digerir o que me acontece e o que não me acontece também.

assim como um entregador de flores distraído e apressado que vai deixando cair algumas delas pelo caminho e, ao chegar ao local indicado percebe que deve refazer seus passos para recolhê-las. junta tudo ao que estava em mãos e assim completa a entrega.

sempre acho que minha vida se processa de duas formas.
uma é quando estou vivendo tudo, quando não há razões nem explicações, só a vida acontecendo, um estourar de momentos que não lembram nada, que não são uma repetição do passado, são presente em estado bruto. me sinto em plena criação, como se tudo o que acontecesse fosse inaugural.

outra é quando sinto que estou rememorando o que fiz, disse e o que não fiz, nem disse. é quando paro e refaço meus passos, minhas marcas, é quando fico tentando entender o emaranhado que a vida fez em mim, um nó que demanda tempo, paciência e um pouco de silêncio pra desfazer. nesse momento tudo me vem à mente, e me espanto como esse tudo sempre se parece com algo que já aconteceu, uma armadilha típica da tragédia grega, em que somos levados ao que já está posto de antemão.
aqui não há presente, apenas uma ligação de passado e futuro. me sinto como um revisor que projeta pra frente a esperança de não repetir os mesmo erros, e, se possivel, continuar com o que deu certo.

é como a leitura, diria T. Eagleton, que se move pra frente e pra trás num movimento ininterrupto. apesar da impressão que nos causa de que ela só se move pra frente.

é esse o clima...
ah, as pessoas não mentem sobre suas histórias, não integralmente.
lí certo dia que a necessidade de mentir econtra eco no desejo de acreditar.
gosto disso, é sacana, mas gosto.
isso dá um ar de humanidade a tudo.

gosto mesmo é de pensar que o amor passa...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

ando ansioso.
de uma ansiedade incomum, pois às vezes sinto as coisas lentas, aos trancos pelos barrancos.
falo então com meus amigos, e eles me dizem, que nada, você está fazendo uma bela caminhada.
confio neles, nas palavras de conforto que eles me trazem.
mas a impressão que tenho é que esse 'saco sem fundo' que é a plenitude está um tanto quanto mais vazio no meu caso.
como diria uma professora, plenitude é a vontade impossível de que nada nos falte.
uma vontade romântica por excelência.
ando ansioso pelo desenlance de algumas coisas, pelo desfecho de umas, pela demora de outras, mas o tempo tem dessas, ele não marca hora na sua agenda, ele acontece para os que, mesmo fraquejando aqui e acolá, não se deixam ser demolidos, demovidos.

O tempo é meio Zé Mané.
parar à tardinha no final do bloco h com um café e ver a baia da guanabara, aquele verde, a cidade acontecendo ao longe enquanto rola villa-lobos.

nunca disse coisa assim, mas vocês deviam ver isso.
as energias se procuram e com pouco esforço se acham.
essa história de amor é um jogo deesconde-esconde.
como disse, fé.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

cansei das palavras.

quero sentir saudade delas.

está aberta a temporada de músicas sem letras.

apenas som.

e só.


http://soundcloud.com/jossanova/sets/caseiras

é esse o clima...

sábado, 18 de junho de 2011

Diário de bordo

Ontem teve a segunda sessão de mixagem da Jossa.
Já experimentou pedir algo simples como baixar o volume de um instrumento pra um engenheiro de som?
É um mundo de comandos que ele tem que mexer, dai aprendi que deveria chegar lá já sabendo no que mexer, fato que diminui sensivelmente o tempo gasto. Então fui com minha listinha de pontos a ajeitar. Deu certo.

Postei hoje mais músicas no www.oinovosom.com.br/jossanova  pra que ouçam e comentem, xinguem, elogiem, e, se quiserem, baixar a músicaMaravilhado.

Hoje começo a pensar o texto de agradecimento e de apresentação que irão no cd. Sou péssimo pra essas coisas, mas é a vida!

Saudações universais.
Ouvi dizer que os melhores amores são aqueles que quando acontecem viram uma pergunta cíclica
"Por quê demoramos tanto?"

Ouvi dizer...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

lembrei...

dia desses, indo pra jacarepagua no 2113 aconteceu isso...
sentei à jenela e uma criança sentou ao meu lado, uma garotinha. dai que como o caminho é longo ela adormeceu.
a questão é que ela pos a cabeça no meu ombro e as mãos em conchinha e se deitou sobre mim numa confiança...ela deitou naquele aconhego sem nem aí pra nada,rs.
e eu me sentido estranho lá, lendo manuel de barros e a menina deita em mim e dorme.

na real, achei tão legal, rs, adoro crianças, deu vontade de fazer uma cafuné, olhar pros lados e dizer, maezinha, tem uma filhinha dormindo aqui!...
mas ai lembrei, existe a a tropa do politicamente correto...era possivel que me olhasem como pedófilo, como tudo de ruim.
fiz algo que detesto, tossi em voz alta e afastei a menina pro outro lado. elas iam descer no avenida shopping, longe p dedeu.
dai a mãe apareceu e pos a filha no colo até vagar um lugar.

odeio isso. nao poder manifestar coisas simples de modo simples.
um diabinho vestido de listrado me bate no ombro e diz:
-o mundo é assim...


é esse o clima, malandro...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

sabe o que acontece...

hoje, na aula de teatro, entrei em sintonia com outro ator atraves de estalo de dedos.
nos foi pedido para entrar em cena e sentar numa cadeira, enquanto os outros atores nos observavam.
dai que comecei a estalar os dedose um ator, enquanto publico, comecou a estalar tb, e fomos num ritmo.

que bonito isso. procurar ritmo.

e, no fundo, nao e nada demais. ritmar.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

as palavras precisam de tempo, porque, no fundo, as pessoas precisam de tempo.
às vezes me dizem palavras que procuro deixar rolando em minha mente, sem me prender ao que elas quiseram dizer no momento.
às vezes é uma agressão, sarcasmo, lição de moral, crítica pesada, mas retiro o peso na hora, como se não fosse comigo, mas sei que é.
dai que fico ruminando aquilo. é um processo lento, penoso, desgastante, mas daí entendo o que quiseram dizer, e por ter ruminado tanto entendo as implicações, os implícitos, as consequencias...do que disseram.
minha única dúvida é o que fazer com tudo isso, quando descubro, ah, um colorido enche os meus dias.
quando eu era criança achava que criar era coisa de quem não sabia ser engenheiro, médico, adêvogado.
dai, com raiva de tudo, a pessoa decidia criar.
pra mim, quem criava uma canção, um quadro, um romance era uma pessoa revoltada com engenheiros, médicos e adêvogados.
quem criava era o quê, então? era artista.
pra mim, enquanto criança, criar era uma fraqueza...claro que eu não pensava tão claramente assim, mas era assim que eu pensava.
criar era coisa de gente fraca que não sabia fazer coisas que engenheiros, médicos e adêvogados sabiam.
só na adolescência descobri que criar era tido como coisa de gente forte, que era muito elevada e superior a essas três profissões.
as pessoas olhavam com um respeito curioso praqueles que criavam. eles pareciam ser melhores que nós, normais.
gênio, poeta, acima da média, isso tudo eram os que criavam.
e eu sonhando em ser engenheiro,...
quando adulto descobri o que estava errado nessa história.
a criação não é uma instituição. há engenheiros, médicos e advogados de uma criatividade acachapante, na mesma página, artistas medíocres. mas tudo dependia.
daí comecei a sonhar em ser artista,o cara que cria, mas que não faz ponte, nem de safena nem tira e bota gente na cadeia.
quando adulto descobri que todos já são bem criados e que essa história de criar era só a forma mais inteligente do mundo de viver sem sentir tão só...e eu sonhando em ser engenheiro,...

é esse o clima...
ficamos na espera por palavras, que confirmem ou que dêem cara ao que ocorre.
essas palavras são as mais saborosas de se ouvir, pro bem ou pro mal.

domingo, 12 de junho de 2011

voltando da lapa vi os bares mais lotados, os cafés, os shoppings, o habib´s.
no dia dos namorados novos casais surgem, velhos se renovam. pois você sabe, nesse dia os namorados são mais namorados, os beijos são mais beijos, mais ou menos como se um índio fosse mais índio no dia dele ou se a grávida fosse mais grávida no dia dela, que não existe, por sinal.

as pessoas que andam sem ninguém ao lado, como eu, se entreolham rapidamente como se telegrafássemos com piscadas de olho, como se trocássemos informações de guerra bem debaixo dos olhos do inimigo.algo como:

-cuidado, no bar à frente há uma alta concentração de casais, corações, rosas. contorne uma rua antes leeentamente para não te chamarem de solitário, amargurado que não sabe o que é romance.

somos muito agéis.
mas também há olhares que nos dizem de sua tristura mesmo. de como estão ressequidos por não exercerem o amor que têm.
outros, mais plácidos, tentam dizer o quão estão levando bem essa coisa de 'estar sem ninguém'. até sorriem comendo esfirras enquanto caminham na rua.

e em nós há tanto amor, e não estamos completamente amargos, e não desistimos de nada, e não enrijecemos diante do encanto da vida.
no dia dos namorados vou fazer faxina, tomar heinekein escutando jackson five.
sem dó
nem piedade.
aqueles que contam histórias sabem das perdas e das glórias.
disse certa vez que seu coração estava leve
mas, querendo se livrar de todo peso
dissera por dizer, querendo acreditar.

mas tem pensado na possibilidade
de se deixar leve, dar uma chance
pois tudo tem o seu bom lado.
cansada de tanta asneira
pensou como seria sem graça
essa história de 'dormir com os anjos'.
amanhã ele vai ao cinema
sozinho, mas de boa vontade.
filme francês, porque aqui
quem manda é o freguês.

na fila, deve se contentar
em conferir no ingresso
a poltrona e letra
de onde irá se sentar.

enquanto isso,
mil bombeiros apagam
bem na avenida atlântica
o fogo que deveria arder.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

o problema das pessoas especiais com quem não batemos papo sobre o tempo é que não dá pra bater um papo sobre o tempo com elas.
a ordem dos fatores não altera a porta na cara.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

uma canção triste precisa de tanta, tanta alegria que você nem sabe.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Tem disso, escuto uma música e ela fica obsessivamente na minha cabeça, nem adianta não escutá-la, ela fica lá...zunindo e não me deixa em paz.
Conheco como Gavotta, mas já vi chamarem de Gavotte. Mas enfim, é de uma série de choros do Villa-Lobos, todos são muito lindos, mas esse...confesso a você, é como se fosse uma trilha condensada de muita coisa que vivi.
Dizem que nos metemos a fazer aula de canto, dança etc. tendo sempre um objetivo muito fixo na cabeça, acho que descobri o meu pra tentar, assim que possivel, fazer aula de música.

http://www.youtube.com/watch?v=xbab_Hng5wg

segunda-feira, 6 de junho de 2011

mantenho a marcha, mas sou movido mesmo a impulsos, choques, alertas.
ontem e hoje saiu quase que td uma letra que tava engasgada.
eu tava desejando essa letra, mas sempre tenho medo de usar as palavras erradas...estragar a canção...dai que apareceu o clima, a situação...épor ai...sempre parto da harmonia p letra.
você sabendo entrar no jogo
tudo fica bem menos 'xoxu'
você ainda verá,
é mais jeito e menos força.
amor é um troço que a gente cansa de tanto falar ouvir
mas ninguém me diz que já cansou de sentir, porque não cansa.

amor é um barato que sempre nos custa muito caro
mas bancamos cheios de expectativa.

o amor,essa armadilha viva e  pulsando
nos diz, não sei se é por aqui
e é justo por onde vamos seguir.

no amor, queremos estar errados
sendo menos melhores e mais piores
com quem julgamos melhor.

por você eu morreria, nem sei se morreria
mas digo que poderia,eu mesmo nem sei
se faria, me diga você, faria?

mesmo incondicional, tem uma condição
pra esse amor ser céu, ser chão.

domingo, 5 de junho de 2011

hoje resolvi uma letra com a qual eu me debatia ha quase 3 anos.
não porque escrevi algo sobrenatural,rs, acima da média, ou qualquer coisa que o valha.
na verdade é bem simples.
mas como parto da harmonia pra letra, a coisa ficou dificil.
fico pensando em que palavras e climas caberiam bem ali naquela harmonia, e tem outro fator também.
a interferência do outro, que é quando você cria pensando em alguém.
minha amiga sângela diz que acha mentira essa coisa de que escrevemos coisas sem pensarmos em alguém.
eu penso que ela tem certa razão, escrevemos sempre afetados por alguém, tem sempre alguém em jogo.

ponto final.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

incompletude, isso sim me afeta
se me fosse dado o direito de escolher como efetuar a minha felicidade, eu seria absolutamente mais feliz.
os seus olhos dizem o meu nome de uma forma diferente do que normalmente me dizem

a vida é uma bagunça

mas quando batemos papo, se ajeita.