segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

todo ano faço aquelas listinhas com planos e promessas, esse ano não será diferente.
vejo agora, olhando pro passado, que muitos deles deram certo, apesar daquela sensação de essa coisa de listinha de planos pro ano novo é uma falácia.
mas alguns deram certo.
os menos mirabolantes, os menos auto-sabotadores, os mais possíveis ("sonhar, mas um sonho possível"), e os mais urgentes.
muitas vezes a lista não engrena porque não gastamos um tempo ideal na formulação das questões.
do que preciso?
o que é urgente?
o que posso fazer com o que tenho?
claro, sonhar impulsiona o indivíduo.
mas, em incertos momentos, é preciso um misto de fé, disciplina e empatia pra seguirmos em frente.
o eneagrama diz que o 5 tem a necessidade de um discernimento empatizante do coração.
pode ser isso.
estou evitando maiores decepções e frustrações pra que meu coração não pese nada a mais além do necessário.
no dia 10 de janeiro de 2013 eu estarei aqui, revendo esse post e espero estar sorrindo na frente do monitor, vendo que o espaço entre os sonhos e o chão não é tão grande, e que qualquer queda será uma quedinha.

é esse o clima...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ontem tive muitos pesadelos.
sonhei com pessoas magras engordando, com projetos que faliam, com ideias dando errado.
uma cascata de prejuízos.
acordei meio mal, mas me recuperei.
se os sonhos são um alerta, então esse cumpriu sua missão.
acordei e tomei meu café da manhã pensando que preciso me voltar com mais atenção aos meus planos.
tomar atitudes mais concretas.
re-organizar o campo pro 2o tempo.[meu reino pelas metáforas de futebol]
esses finais de ano sempre me sensibilizam, mas também me deixam meio ogro.
perco paciência, e jogo tudo pra cima caso o presente momento me relembre algo do passado.
a vida não é plena, mas não me contento em ela ser plana.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

desapaixonante.
no exato momento nada me agrada.
não vejo graça em coisa alguma.
nada me desperta de uma vontade de dormir. só quero dormir.
confesso a você que, no exato momento, não tenho encontrado serventia no que me rodeia.
queria evaporar.
mas na falta dessa qualidade que só os líquidos possuem, o que me resta é ligar o piloto automático e seguir.

domingo, 18 de dezembro de 2011

frustração.
frustração.
frustração.

é um troço tão ruim de sentir que até falar e escrever é difícil.
você tem que quase soletrar mentalmente pra acertar. isso quer dizer algo. algo para além de um mero detalhe de pronúncia.
leminski diz, em algum lugar, que as palavras estão sujas de história.
acho que o tempo tratou de consagrar essa palavra, frustração, como algo que desaba sobre nossas cabeças, que pesa em nossa língua, que faz sombra no coração.
alguns, mais avisados, preferem substituir tal palavra por outras mais soletráveis. decepção, mágoa, chateação.

mas essas não valem, são bem líquidas, deslizam sobre nossas cabeças, são leves quando na língua e dão alento ao coração, apesar de tristes.

frustração é carregada, uma escopeta emocional, certeira e precisa.
ela não perdoa, rasga o peito.
a sensação de poder e não conseguir antecede a própria ideia de que, se não se consegue, nem sequer se pode de fato.
comer e não sentir o gosto
amar e não ser amado
jogar bem e perder
esperar e não chegar.
a lista é longa.

frustração.
você fala três vezes e pesa na cabeça, na boca e no coração.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

antes de mais nada,
decantar o mundo, não ele todo.
parte apenas
observando o decantado
deixar subirem até a superfície
suas mais novas ideias.

gastamos grande parte da vida
chegando atrasados aos eventos,
quando em quando se acerta.
mãos sem esperar a porta aberta,
bata e entre.

você olha pros objetos com tristeza
e eles respondem com suscinta aspereza.
não somos leves, nem pesados,
espelhos, nem baús,
ladainhas, nem murmúrio.

somos objetos, seu bobo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

domingo, 4 de dezembro de 2011

hoje eu estava começando a ter ciúmes, quase tive, estava tendo, mas deixei de ter quando lembrei de uma amiga que considero bastante madura, invejavelmente madura.
e num lapso de milésimos de segundos sustei meu ciúme. parou.
lembrei que tenho 28, quase 29 anos e que, bem, vamos lá, não é ridículo ter ciúmes, mas saber controlá-los é uma dádiva dos anos a mais no calendário.
sorri. não foi um sorriso irônico ou outro. apenas sorri e não tive mais ciúmes. não foi uma coisa mágica, mas foi interessantíssima.
como é bom ter 28 anos. o ciúme é um bicho sobre o qual eu também posso exercer controle, em certos momentos, e isso me fez muito feliz.
me sentí no paraíso por uns minutos.
é bom ter 28 anos. umas questões caducam e outras nascem.
a vida vai virando uma caixinha de bonecas russas, sabe, aquelas que você tira uma dentro das outras, da maior pra menor, a vida adquire outras perspectivas para as quais você pode olhar quando uma delas não vai bem.
vá lá, não é escapismo, porque ter 28 também me ensinou que ter perspectivas é uma boa forma de mexer os dados.

é esse o clima aí, malandro.