segunda-feira, 29 de março de 2010

a questão é que hoje em dia, por motivos de contigência, estou acreditando no que as pessoas dizem.
a vida tem dessas, mas aprendi a ter cuidado
pois, pra alguns, o rabo é que balança o cachorro

é com esses bocados que me viro
é com esses tantos que toco o barco.

a vida tem dessas, mas aprendi a ter cuidado
pois, pra alguns, o vivo é que está morto

é com esses bocados que me viro
é com esses tantos que toco o barco.

a vida tem dessas, mas aprendi a ter cuidado,
quer saber? taquí ó!

saudações.

(o rabo balançar o cachorro é uma metáfora usada comumente na política pra expressar como é possível usar qualquer situação, especialmente aquela em que o sujeito encontra-se em profunda desvantagem, a seu favor através de uma inversão fajuta, inconsistente, mas dita de tal forma e com tal ênfase que temos por verídica, ou pior, temos por justa, um fato ou colocação que é puramente enganadora, pior, injusta.)

alguns filósofos tem por infundada a busca pela verdade, uma vez que ela está sempre em velo, desvelo, preferem então a busca pelo justo, posto que nem sempre a verdade é justa e injusta a mentira. Ambas podem ser usada em prol de um ideal democrático, a justiça está no gesto.

Certa vez Dilma Roussefl foi acusada de não ser confiável por ter mentido na época da ditadura, ao que ela respondeu que se tivesse dito a verdade hoje haveria muitos mais companheiros mortos pela repressão militar, e que em tempos de ditadura a té a mentira é bem vinda se tem atrás de si um gesto democrático.

É apenas um desabafo. Conheco muitas pessoas que só buscam a verdade e são cruéis e injustas. Falo de uma pessoa de carne e osso, mais osso que carne, diga-se de passagem, rs. Osso duro de roer.

Entre o justo e o verdadeiro, fecho no justo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

oito meses ou oito anos

quase oito meses depois e volto a ler um livro que usei em meu pré-projeto do mestrado.
algo me soa curioso depois desse algum tempo:
eu havia sublinhado algumas palavras para buscar referências posteriores no dicionário. esse comum mesmo de mesa de estudante colegial. mas o fato é que, apesar de ter um bem ao meu lado, nunca fui atrás de tais referências.
passei oito meses sem esquecê-las, vez por outra pensava no seu sentido, mas não me dirigi ao dicionário.
hoje, relendo o mesmo livro em doses homeopáticas, procuro tais referências e anoto de lápis nos espaços em branco.

constituo assim uma pequena horda marginália [acabei de abrir o dicionário no intuito de verificar a correta ortografia e sentido de horda] que toma já algumas das páginas do livro.
a questão é que as palavras estavam sublinhadas, a necessidade de verificá-las não passou, o dicionário eu o trouxe na mala, não sei o porquê de não ter efetuado essa simples operação.
isso me induz a pensar que na maioria das vezes quase tudo está ali, à mão, e todo o resto do tempo que gastamos é no intento de alcançarmos uma intenção, um gesto todo interno que nos empurra sobre e avante.
mesmo se eu tivesse levado oito anos para rever essas tais palavras e verificar as referências, ainda assim teria valido a pena, de forma retroativa tudo teria feito sentido, e além.
o que interessa é o real motivo para se fazer algo, para abandonar a inércia, para esticar a mão e pegar um simples dicionário.
oito meses ou oito anos, importa, mas pouco.

abraços de um monkey man.

sexta-feira, 12 de março de 2010

As coisas se processam de forma muito simples na cabeça de Carlos Pablito.
Daí alguns dizerem horrores de sua 'estreiteza de pensamento'.
Não sabem pelo que Pablito já passou, mas a questão não é essa.

Pablito prefere a simplicidade de um lp com seus chiados em 78 rotações
À fina e refinada camada de um cd refletindo um dissabor dos diabos.

Feito um dândi mal apanhado, um gato no ar, cigarro aos tocos, fala pra si mesmo
-Calma, Pablito!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Depois que ela virou a esquina já trêmula, chorando, aos cacos, Carlos Pablito disse:

-Nunca, nunca brinque com um homem de sentimentos.

E joga fora o resto do cigarro.

terça-feira, 9 de março de 2010

menos off, mais on.