quinta-feira, 14 de maio de 2009

À fina força

Quarto meio escuro, mas sem alarde. O escuro deixa meus sentidos mais atentos.

Tenho pensado sobre o que me constitui, de que material sou feito, qual sua durabilidade, qual seu nível de elasticidade. Pressionado, resiste quanto tempo, e quando curvado em excesso, dilacera assim, fácil fácil ou permanece?
Sujeito a altíssimas temperaturas resiste mais que um soldado de chumbo?Aliás, é de leveza que me constituo, etéro e solto no ar ou fixo como mesinha de telefone no chão?

...um quilo de pena ou de chumbo, não interessa, sempre um quilo.

Ah, sei algo de fato sobre o material que me constitui. Procura adaptar-se,mais que isso, procura.
Mas nisso entra então numa boa enrascada. Dia desses eu andei com passos desatentos, só andei e me veio

"O que não se obtém a grosso modo, é porque virá à fina força"

Isso veio. Isso veio depois que assisti a uma palestra da biógrafa do Cartola que conviceu com ele durante anos. Ela falava, eu me arrepiava, lagrima contida, no canto.
Sai de lá, entrei na Carioca, peguei minha condução e sentei a pensar...a sentir... e me veio

"O que não se obtém a grosso modo, é porque virá à fina força"

E chega de demanda, malandro, pretender a vida é melhor que sonhá-la.

Deise, feito o "Barão nas árvores" (Italo Calvino) eu subí numa árvore, fiquei lá, mas descí, só descí.

Just a Monkey Man.

Um comentário:

Deise Anne disse...

Monkey Man de volta!
Muito mais filosofal que outrora já visto.
Gosto muito da leveza de que você é feito e de ver que, dessa leveza, advém a perfeita elaboração dos pensamentos.
..."pretender a vida é sempre melhor que sonhá-la".
Monkey Man, você tem sido, atualmente, o autor das minhas frases favoritas!
Beijos,

Deise