terça-feira, 27 de julho de 2010

não gosto de falar da morte
porque sei que ela trama pelas minhas costas.
e não há nada que se faça
porque, na espreita, sei que ela fala de mim.

é porque a gente pensa que morre
que tudo isso existe.

terça-feira, 20 de julho de 2010

acordei tarde,
achei tudo estranho e
fui checar o horizonte.

sim, ele ainda estava lá.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

gosto das pessoas que chamam gerúndio de geraldo.
Marx e Berman que me perdoem, mas tudo o que é líquido se faz mancha no chão.

sábado, 17 de julho de 2010

hoje faço um arroz, sem muito capricho, mas caseiro e bom,
enquanto relembro uma música no violão, meu companheiro.

limpo a casa, na impossibilidade de esvaziar minhas lembranças,
arrumo a mala porque a vida, essa não se arruma.

o café alaranjado, fica mais forte a cada dia,
a viagem, pra começar, só precisa de uma coisa, da ida.

É esse clima aí, malandro!
por enquanto sinto plenamente os espinhos do caminho
e jamais poderei afirmar que desconheco a sensação.

o que está em jogo é quando então sentirei as flores.
no entanto,
jamais poderei afirmar que desconheco a sensação.

É esse clima aí, malandro!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

quando na praia
não esqueça
de jogar areia no outro
um pouco de água também
olhar fixo para o horizonte
que não é fixo.

quando na praia
não esqueça
de repetir clichês de filmes
se é isso que te faz sorrir
e sentir pulsando a calma
que não é quieta.

quando na praia
não esqueça.