Não vamos falar de solidão
... que custa muito a acabar e é assunto sem volta.
Tampouco vamos falar de politica
...que ao lado de religião e futebol, não ouso.
E passado é assunto já pra lá de passado
...que é só poeira, entulho, glória e lamento.
O diacho diz pra eu falar de sentimento
...que é jogo de empate, mas todo mundo quer ganhar.
Convém falarmos da natureza
..que é beleza até...ser tocada.
Palestremos então sobre seu Zé, aquele do bar
...que é pra falar de tudo e acabar falando nada.
Do que vamos falar, meu amigo
Nesse princípio de madrugada?
Não sei, vamos falar, só falar
Me vexo demais em ver aqueles
Que, por medo de não saber o que falar,
Não falam e não se livram de se curar?
Curar de quê, cara-pálida?
Não sei, de uma doença qualquer
Porque a gente só adoece e se cura falando
Pra dentro, pra fora, pra alguém, pra nada.
Deixe de extremo e passe logo a gelada
É esse clima aí, malandro!
*essa idéia de adoecer e se curar na linguagem é na verdade algo que li em BARTHES, Roland.
sábado, 23 de maio de 2009
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Um comentário:
eu pergunto e você responde...
é esse o jogo. o diálogo da Poesia do tempo e do É esse o clima malandro. eu gosto muito!
é nessa sintonia que eu to ligada. e nessa dialética vou me curando. um dia a gente encontra uma resposta pra tudo.
beijão, dudu!
ótimo final de semana. ;*
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