quase oito meses depois e volto a ler um livro que usei em meu pré-projeto do mestrado.
algo me soa curioso depois desse algum tempo:
eu havia sublinhado algumas palavras para buscar referências posteriores no dicionário. esse comum mesmo de mesa de estudante colegial. mas o fato é que, apesar de ter um bem ao meu lado, nunca fui atrás de tais referências.
passei oito meses sem esquecê-las, vez por outra pensava no seu sentido, mas não me dirigi ao dicionário.
hoje, relendo o mesmo livro em doses homeopáticas, procuro tais referências e anoto de lápis nos espaços em branco.
constituo assim uma pequena horda marginália [acabei de abrir o dicionário no intuito de verificar a correta ortografia e sentido de horda] que toma já algumas das páginas do livro.
a questão é que as palavras estavam sublinhadas, a necessidade de verificá-las não passou, o dicionário eu o trouxe na mala, não sei o porquê de não ter efetuado essa simples operação.
isso me induz a pensar que na maioria das vezes quase tudo está ali, à mão, e todo o resto do tempo que gastamos é no intento de alcançarmos uma intenção, um gesto todo interno que nos empurra sobre e avante.
mesmo se eu tivesse levado oito anos para rever essas tais palavras e verificar as referências, ainda assim teria valido a pena, de forma retroativa tudo teria feito sentido, e além.
o que interessa é o real motivo para se fazer algo, para abandonar a inércia, para esticar a mão e pegar um simples dicionário.
oito meses ou oito anos, importa, mas pouco.
abraços de um monkey man.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário