quando me proponho a escrever é como se, numa conferência toda pessoal, aparecessem enfileirados todos os romancistas, poetas, músicos, filósofos, críticos, amigos, amigos-críticos (rs) numa disposição onírica.
e todos me olham e esse olhar é todo cobrança. fico intrigado e demoro a escrever, a pensar em escrever.
de repente acordo para a idéia de que tudo isso é uma bobagem. não escrevo pra eles, escrevo com eles, mas escrevo pra mim. gosto de pensar então que escrever é grafar, riscar, desenhar, diagramar uma centena de idéias que dizem outras idéias quando juntas. só assim relaxo, faço café e escrevo sem culpa, sem medo. culpa de não estar à altura, medo de falar bobagem.
no fundo sei que não escrevo bobagens completas, pois repasso meus textos para amigos-críticos lerem, me ponho aberto a sugestões, questiono, assimilo e adapto as que me interessam. me leio, releio e no fundo não escrevo tanta bobagem assim. por essas e outras gosto de pensar que escrevo como quem escreve pela primeira vez.
e vocês sabem, a primeira vez é sempre sem medo, sem culpa.
é esse clima aí, malandro!
quarta-feira, 9 de junho de 2010
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Um comentário:
A primeira vez é a mais culposa e libertária de todas.
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