sábado, 2 de outubro de 2010

o que me falta é um interlocutor.
aquele das horas imprecisas, quando a madrugada bate o seu rológio.
que simplesmente conversemos, ao som de beatles, fumando um cigarro ou bebendo vinho barato.
um interlocutor é uma personagem abstrata, bastante real na trama que lhe compõe
mas um tanto quanto irreal nesse chão acre e por vezes onduloso a que chamamos de realidade.

como eu queria que você se juntasse a mim no coro que entoa
'a realidade não é tudo'.
mas você tem medo porque desde a infância o quintal do outro é o quintal do outro.
é bonito mas não é feito pro seu pé.

e agora, como faço?

se tudo é poesia, desde os modernos, então me faça uma
me dedique uma lua que despenca
essas coisas.

a vida é feita de quê?
você pode seguir em frente sem essa resposta
mas esse texto não.

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