sexta-feira, 6 de maio de 2011

perto da família, dos amigos de infância, dos amores de adolescência, aprendemos muita coisa essencial.
mas é quando saímos de casa, é quando a presença dessas referências nos faltam que tudo se põe à prova.
construo minhas certezas de forma muito lenta, nem sei dizer bem se as construo, acho que vou deixando elas se construirem por um puro acaso, como os estalagmites e estalactites das cavernas se formam com pingos d´agua, os quais, por sua vez, não queriam construir estalagmites e estalactites. eles acontecem.

assim são as minhas certezas, bem, depois que elas surgem me apego com força a elas, uma força que, por vezes, não é facilmente digerida por pessoas que me conhecem a pouco tempo ou tiveram pouco contato comigo. mas sou assim, e tudo o que tem acontecido já me deixou bem claro que esse respeito pela minha natureza é o melhor que faço pra mim e pra quem está ao meu redor.

o que aprendi fora de casa:

-as ruas são longas, os caminhos, muitos, e  vc pode se perder por um deles, mesmo que a sua 'experiência' no quesito 'se perder' seja larga.
-fazer novas amizades é como ir ao cinema e pegar um filme pela metade, o que aconteceu até antes de você chegar ao cinema permanecerá um mistério, até que vc recorra a outros meios e espere o filme chegar às locadoras ou resolva baixar na net....o que não é a mesma coisa...
-aprendi que conviver exige mais que diálogo, respeito, etc. exige um fator completamente aleatório, afinidade. apesar de que, conviver, é justamente poder viver junto mesmo sem afinidade alguma.
-aprendi que é angustiante a sensação de que você está por vc mesmo, que se vc não se mexe, as coisas não acontecem. no entanto, a sensação de que vc superou isso é indescritivel, agigantadora.
-aprendi que na convivência não existe consensos e obviedades, por mais que queiramos inventá-los
-aprendi, sobretudo, que a saudade é algo que não se controla da mesma forma como controlamos a respiração.

sair de casa é, como diria Shakespeare, aprender a xingar na língua do mestre.

saudações universais.

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