sábado, 7 de julho de 2012

tenho conhecido e convivido com pessoas novas.
dois movimentos básicos acontecem nesse instante. ou uma intensa troca de experiências e afinidades em comum, ou uma diferença acachapante!
venho curtindo cada centímetro cúbico da vida quando passei a deixar as coisas acontecerem, não apenas na suposta realidade, mas dentro de mim.
gosto de relembrar sozinho certas conversas que tive, por mais traumáticas que elas sejam. tento reencená-las de forma a sentir e -re-sentir algo de prazer e dor nelas.
não sei se me torno um ser humano melhor, mas honestamente sinto que estou me movendo dentro de alguma ideia de experiência.

tenho conhecido pessoas assim. inteligentes, convincentes, mas com quem não compartilho quase nada do que dividimos. já me convenci e a cada dia mais um pouco que nunca estamos  discutindo coisas, mas apenas perspectivas. digo apenas, mas acho incrivel quando duas pessoas percebem isso claramente num diálogo.
é impressionante quando duas pessoas efetuam essa percepção em um diálogo. é como se o mundo expandisse um tiquinho.
confesso minha inépcia [gosto dessa palavra errada...] quanto a discutir com quem não consegue perceber que, ao final, tratamos de perspectivas e não uma coisa.
tenho receio de pessoas pragmáticas e práticas. tenho muito medo de pessoas que tratam qualquer teoria ou abstração como malandragem acadêmica para se dar bem numa conversa inteligente, ou como uma forma sacana de ludibriar outrem.

não me interessa se a maioria dos outros usam a incrível liberdade que a abstração e teorização podem oferecer como algo malévolo ou sacana. eu não quero te convencer, quero conversar. conversa infinita, diria blanchot.
um parágrado do livro 'cartão-postal- do derrida vale por quase todo o livro. lá ele diz que um bom leitor não lê um livro, mas se deixa ser lido por ele. a tempo, não há passividade nenhuma nisso.

penso o mesmo de uma boa conversa. mas, pensando bem, quem está ligando pra uma boa conversa quando há, latentemente, o medo de ser pego com as calças na mão, não é mesmo?

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