segunda-feira, 16 de julho de 2012

vira e mexe retornamos aos velhos sonhos.

a graça da coisa reside no fato de o sonho tornar-se realmente antigo, temporariamente esquecido.
dai então outros aparecem, inserem-se em nossas 'brand new lists' como sonhos adaptados à uma nova realidade.
mas esse são sonhos postiços, necessários, mas postiços, não aguentam o peso do tempo e logo, logo, quando a nova vida aperta, quando as novas realidades se mostram, eles cedem gentilmente seu lugar.

sonho bom é aquele que vai maturando dentro da gaveta, dentro de um envelope, dentro. dai ele ressurge e sua vida adquire um brilho maior, ocorre a sensação de encontrar-se dentro de uma missão de primeiro porte, secreta, importantíssima, e que revela segredos da humanidade.

voltar a sonhar os velhos sonhos é o último recurso dentro de uma sociedade que te ensina apenas a caminhar para frente. ninguém te ensina o quanto é saudável recuperar sonhos passados. pois, se você ainda não percebeu, agindo assim você estaria também revivendo cenas passadas, trazendo à tona sensações passadas, criando fantasmas.

acho bastante dificil ensinar a alguém que é saudável esse processo íntimo e intransferível de reviver sonhos passados e tudo dentro. mas o certo é que se faz necessário um gole de teimosia para agir assim. não há uma utilidade em reviver esse antiquário. não é produtivo de forma alguma. quem suporta sofrimento sem produção? sem uma mais-valia ao final?

a vontade de rever velhos sonhos surge depois de lutar com uma série de monstros internos e fantasmas.

eu não sei quais são os seus [sonhos], é possível que eles estejam tão conectados uns aos outros que, para dar certo, eles precisem ocorrer em cadeia.

um sonho antigo tornado presente é algo de uma fineza, um luxo, um requinte que vai além de tudo o que supostamente poderíamos ansiar.

e nenhum sonho é solitário.

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