terça-feira, 30 de agosto de 2011

dia desses uma amiga, queridíssima, por sinal, disse que queria sair de sua cidade e vir pro rio, pois isso resolveria 90% dos problemas dela.
por um instante gelei, lembrei de mim, que, de quebra, atrelei umas certa fugas ao meu plano de vir pro rio.
sempre há uma fuga pelo meio do caminho.
vim pro rio como teria ido pra bh, mas deu certo vir pra cá. achei que essa distância me afastaria de uma série de dificuldades, problemas, angústias, dúvidas.
mas todas vieram comigo na mala, junto com muita roupa e saudade.
meus amigos estavam seguindo rumos diferentes, virando pais de família, casando, tendo filhos, desistindo dos planos artísticos, porque era uma fase. normal.
mas isso me abalou.
me senti isolado. ainda mais porque meu relacionamento estava caindo aos pedaços por culpa de ambos.
e lembro que alguém riu de mim, ridicularizou meus planos, meus sonhos.
tudo foi se juntando com essa vontade de ganhar o mundo. de sair por ai.
tudo me dava saudade, me fazia bem e muito mal.
eu estava sozinho e era muito. e repito, todos, absolutamente todos meus problemas vieram comigo.
tudo valeu e está valendo a pena, mas perceber a bobagem, o erro de achar que era só sair que tudo se resolveria, dá vontade de achar graça.

não adianta, são duas lutas. consigo e com os outros.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

um típico testemunho.

madrugada de domingo pra segunda.
não gosto de domingos, a sempre velha impressão de que alguma coisa muito ruim pode acontecer.
mas nada aconteceu.
no entanto sempre fico receoso com as feições das pessoas, hoje mais ainda.
a gente se olha e eu não sei se está tudo bem, se está tudo mal, se nem fede nem cheira...
seus rostos ficam enigmáticos ou vai ver que eu apenas devo ter entendido errado.
as pessoas têm os seus motivos pra agirem diferentemente do que estavam antes.

uma certa insegurança me cerca. não sei bem com o quê estou me sentindo inseguro.
vai ver é uma saudade das grandes da minha família, amigos, vozes, rostos, cheiros e corações cotidianos.

é de tudo isso que sinto falta, que me aperta dentro.

aliás, a vida fica meio tristinha quando perdemos um boa amizade, quando não há mais possibilidade de, quando não há como, quando as portas estão, quando.

saudações universais.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011


Seguinte,
Vou me inscrever num concurso chamado "Viagens poéticas" e preciso enviar até semana que vem três poemas. Os candidatos selecionados terão seus poemas publicados em banners nos ônibus da cidade de Fortaleza-Ce.
Bem, gostaria que vocês elegessem três dos poemas abaixo (se quiserem, inclusive, comentar...sintam-se à vontade).
É isso!


1.
ser belo sem caretice
falar a verdade sem tolice
e mais um ano sem sinusite

amém.

2.
no caminho de casa
tudo tem outra cara.

3.
o coração é assim
vale quanto pesa.

4.
o passado a gente carrega nas costas
o futuro, na cabeça.
 

5.
quando o nosso mundo desaba
nunca paramos pra pensar
que ainda resta todo o universo.

6.
quando o ciúme bate
é você quem apanha.

7.
a felicidade você tira da cartola, a tristeza você põe nela.

8.
não te ocorre que para sermos iguais
uma porção de nós fica ao largo?

9.
procure a sua válvula
e não escape.  

10.
se você parasse um pouco e me ouvisse
eu não precisava gastar tanta erudição.

11.
e então
um belo dia
você descobre que já estava na felicidade.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

dentre todas as coisas, mínimas e comuns,
que desfrutamos nessa dura caminhada
você prefere as máximas e múltiplas
as quais não acho nada incomuns.

mas se for verdade, que seja dita
o que te anima nos separa, ontem e agora
é faca cravada certeira no peito
separando em dois pedaços.

irreconciliáveis, caminham
indispensáveis se aninham
na falta que o outro faz.

domingo, 7 de agosto de 2011

é isso.
parto marcado e será natural.
no sábado do dia 24 de setembro nascem essas duas crias tão aguardados por mim.
o cd Jossa Nova- ao vivo no Espaço Multifoco e o livro "Deixe pra mais tarde".
ufa! já não era em tempo!

eu gostaria de apresentar aqui dois textos sobre essas aguardadas crias.
um deles é da Deise Anne Rodrigues, que, aliás, escreveu o prefácio do livro e o texto da contracapa do cd.
e o outro é da Aline Marjorie, com quem também dividi a leitura do livro.
e ficaram tão, mas tão legais os textos que fiquei duplamente envaidecido. por elas terem observado coisas tão belas e terem dito isso de forma tão bela e suscinta, e, também, por serem minhas amigas.
bem, sem mais delongas, boa leitura!

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Filho da Bossa Nova, a Jossa Nova é um projeto musical ousado e inovador, sem buscar, no entanto, qualquer prerrogativa por estar sob a barra da saia de tão generosa mãe. A banda mistura sons e linguagens, transgredindo qualquer regra linguística, semântica e musical, por isso é Jossa, com ‘ss’ mesmo.

A originalidade da música da Jossa está no diálogo que há entre letra e música, devido à sensibilidade refinada de poeta-músico que Eduardo Timbó transborda para suas canções.

A Jossa, nascida em Fortaleza, hoje radicada no Rio de Janeiro, lança o seu primeiro Cd pelo selo Multifoco. Um trabalho sem apelações, que traz de volta a simplicidade e a pureza musical, querendo chegar aonde houver espaço para apreciação da boa música.

por Deise Anne Rodrigues


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O "Deixe pra mais tarde" inaugura em mim o entendimento de uma Poesia simples, de versos tão naturais que me soaram como uma conversa regada à cerveja, na varanda de casa.

Tão leve, que de repente são 22hs e eu preciso ir embora, deixando nossa conversa anotada na lembrança, pra continuar sempre, sempre e sempre...

Além de ter me dado ciência do Eduardo amante, apaixonado, à flor da pele e louco pelas coisas simples, sentir essas 40 páginas me fizeram 'em tudo diferente'.

por Aline Marjorie
certa vez me disseram que não sei lidar com problemas.
a pessoa que me disse isso acabou dizendo algo muito acertado.
não sei lidar com alguns problemas mesmo, tipo.
sabe quando aqueles que exigem sua atenção pra serem resolvidos e, após isso, você sobe um degrau na sua ínfima existência? aqueles problemas que, quando resolvidos, te fazem atravessar uma porta, avançar uma fase no jogo da vida? pra esses eu tenho toda a paciência do mundo. porque quando resolvidos, eles passam.

mas sabe aqueles cuja resolução não implica numa definitiva solução e você tem que, volta e meia, lidar com ele, de novo? seus esforços em resolvê-los são apenas meros paliativos. ah, pra esses problemas eu realmente não tenho paciência. isso é um traço peculiar meu, porque me torna inepto (ou seria inapto?) pros problemas que são os mais comuns, para os quais geralmente somos mais requisitados. esses, mesmo quando resolvidos, voltam.

daí que me enfio de cabeça em grandes projetos, desses que te tomam por completo a ponto de você se trancar no quarto por tanto tempo para gestá-lo que, quando sai, esquece até como se abre a porta do elevador ou, o que é muito pior, onde estão suas meias.
vou na máquina de lavar, no varal, no guardarroupa, no tênis e descubro que estão nos meus pés. dormi com elas porque estava muito frio.

a mesma pessoa me disse que eu evito encarar a vida e vivê-la na sua realidade, me refugiando no meu mundo.
olha, é por aí mesmo, apenas com a diferença que não fujo da vida, eu me refugio nela. na verdade, até gosto de pequenas procupações, tirar lixo, lavar louça, limpar casa, pagar contas, falar da vida alheia, imaginar como seria se nossos pais se conhecessem, bolar planinhos pro futuro.
se a vida pode ser encarada, então existem várias formas de fazer isso.
essa é a minha.

esse é o meu clima, malandro.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

às vezes me bate uma tristeza em pleno domingo.
mas nada excepcional aconteceu, os mesmos problemas, os mesmos degraus, nada demais. mas no domingo eles me parecem mais tristes, mais dignos de serem sentidos.
me bate uma falta de fé, uma descrença, como se as coisas não fossem dar certo, como se tudo que eu estou fazendo estivevesse errado, ou pelo menos não muito certo.
me sinto solitário no domingo. e é estranho porque ir ao encontro dos outros faz com que eu me sinta mais só ainda.
o domingo é um dia em que entro num combate comigo mesmo, porque eu me saboto, eu me entristeço e não era pra ser assim.
já disse em outros momentos, detesto domingo. passo o dia todo tentando esquecer que é domingo. aqui no rio essa estratégia não tem funcionado muito bem. me sinto solitário e descrente...no domingo.