quando eu era criança achava que criar era coisa de quem não sabia ser engenheiro, médico, adêvogado.
dai, com raiva de tudo, a pessoa decidia criar.
pra mim, quem criava uma canção, um quadro, um romance era uma pessoa revoltada com engenheiros, médicos e adêvogados.
quem criava era o quê, então? era artista.
pra mim, enquanto criança, criar era uma fraqueza...claro que eu não pensava tão claramente assim, mas era assim que eu pensava.
criar era coisa de gente fraca que não sabia fazer coisas que engenheiros, médicos e adêvogados sabiam.
só na adolescência descobri que criar era tido como coisa de gente forte, que era muito elevada e superior a essas três profissões.
as pessoas olhavam com um respeito curioso praqueles que criavam. eles pareciam ser melhores que nós, normais.
gênio, poeta, acima da média, isso tudo eram os que criavam.
e eu sonhando em ser engenheiro,...
quando adulto descobri o que estava errado nessa história.
a criação não é uma instituição. há engenheiros, médicos e advogados de uma criatividade acachapante, na mesma página, artistas medíocres. mas tudo dependia.
daí comecei a sonhar em ser artista,o cara que cria, mas que não faz ponte, nem de safena nem tira e bota gente na cadeia.
quando adulto descobri que todos já são bem criados e que essa história de criar era só a forma mais inteligente do mundo de viver sem sentir tão só...e eu sonhando em ser engenheiro,...
é esse o clima...
segunda-feira, 13 de junho de 2011
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