domingo, 12 de junho de 2011

voltando da lapa vi os bares mais lotados, os cafés, os shoppings, o habib´s.
no dia dos namorados novos casais surgem, velhos se renovam. pois você sabe, nesse dia os namorados são mais namorados, os beijos são mais beijos, mais ou menos como se um índio fosse mais índio no dia dele ou se a grávida fosse mais grávida no dia dela, que não existe, por sinal.

as pessoas que andam sem ninguém ao lado, como eu, se entreolham rapidamente como se telegrafássemos com piscadas de olho, como se trocássemos informações de guerra bem debaixo dos olhos do inimigo.algo como:

-cuidado, no bar à frente há uma alta concentração de casais, corações, rosas. contorne uma rua antes leeentamente para não te chamarem de solitário, amargurado que não sabe o que é romance.

somos muito agéis.
mas também há olhares que nos dizem de sua tristura mesmo. de como estão ressequidos por não exercerem o amor que têm.
outros, mais plácidos, tentam dizer o quão estão levando bem essa coisa de 'estar sem ninguém'. até sorriem comendo esfirras enquanto caminham na rua.

e em nós há tanto amor, e não estamos completamente amargos, e não desistimos de nada, e não enrijecemos diante do encanto da vida.

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