todo ano faço aquelas listinhas com planos e promessas, esse ano não será diferente.
vejo agora, olhando pro passado, que muitos deles deram certo, apesar daquela sensação de essa coisa de listinha de planos pro ano novo é uma falácia.
mas alguns deram certo.
os menos mirabolantes, os menos auto-sabotadores, os mais possíveis ("sonhar, mas um sonho possível"), e os mais urgentes.
muitas vezes a lista não engrena porque não gastamos um tempo ideal na formulação das questões.
do que preciso?
o que é urgente?
o que posso fazer com o que tenho?
claro, sonhar impulsiona o indivíduo.
mas, em incertos momentos, é preciso um misto de fé, disciplina e empatia pra seguirmos em frente.
o eneagrama diz que o 5 tem a necessidade de um discernimento empatizante do coração.
pode ser isso.
estou evitando maiores decepções e frustrações pra que meu coração não pese nada a mais além do necessário.
no dia 10 de janeiro de 2013 eu estarei aqui, revendo esse post e espero estar sorrindo na frente do monitor, vendo que o espaço entre os sonhos e o chão não é tão grande, e que qualquer queda será uma quedinha.
é esse o clima...
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
ontem tive muitos pesadelos.
sonhei com pessoas magras engordando, com projetos que faliam, com ideias dando errado.
uma cascata de prejuízos.
acordei meio mal, mas me recuperei.
se os sonhos são um alerta, então esse cumpriu sua missão.
acordei e tomei meu café da manhã pensando que preciso me voltar com mais atenção aos meus planos.
tomar atitudes mais concretas.
re-organizar o campo pro 2o tempo.[meu reino pelas metáforas de futebol]
esses finais de ano sempre me sensibilizam, mas também me deixam meio ogro.
perco paciência, e jogo tudo pra cima caso o presente momento me relembre algo do passado.
a vida não é plena, mas não me contento em ela ser plana.
sonhei com pessoas magras engordando, com projetos que faliam, com ideias dando errado.
uma cascata de prejuízos.
acordei meio mal, mas me recuperei.
se os sonhos são um alerta, então esse cumpriu sua missão.
acordei e tomei meu café da manhã pensando que preciso me voltar com mais atenção aos meus planos.
tomar atitudes mais concretas.
re-organizar o campo pro 2o tempo.[meu reino pelas metáforas de futebol]
esses finais de ano sempre me sensibilizam, mas também me deixam meio ogro.
perco paciência, e jogo tudo pra cima caso o presente momento me relembre algo do passado.
a vida não é plena, mas não me contento em ela ser plana.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
desapaixonante.
no exato momento nada me agrada.
não vejo graça em coisa alguma.
nada me desperta de uma vontade de dormir. só quero dormir.
confesso a você que, no exato momento, não tenho encontrado serventia no que me rodeia.
queria evaporar.
mas na falta dessa qualidade que só os líquidos possuem, o que me resta é ligar o piloto automático e seguir.
no exato momento nada me agrada.
não vejo graça em coisa alguma.
nada me desperta de uma vontade de dormir. só quero dormir.
confesso a você que, no exato momento, não tenho encontrado serventia no que me rodeia.
queria evaporar.
mas na falta dessa qualidade que só os líquidos possuem, o que me resta é ligar o piloto automático e seguir.
domingo, 18 de dezembro de 2011
frustração.
frustração.
frustração.
é um troço tão ruim de sentir que até falar e escrever é difícil.
você tem que quase soletrar mentalmente pra acertar. isso quer dizer algo. algo para além de um mero detalhe de pronúncia.
leminski diz, em algum lugar, que as palavras estão sujas de história.
acho que o tempo tratou de consagrar essa palavra, frustração, como algo que desaba sobre nossas cabeças, que pesa em nossa língua, que faz sombra no coração.
alguns, mais avisados, preferem substituir tal palavra por outras mais soletráveis. decepção, mágoa, chateação.
mas essas não valem, são bem líquidas, deslizam sobre nossas cabeças, são leves quando na língua e dão alento ao coração, apesar de tristes.
frustração é carregada, uma escopeta emocional, certeira e precisa.
ela não perdoa, rasga o peito.
a sensação de poder e não conseguir antecede a própria ideia de que, se não se consegue, nem sequer se pode de fato.
comer e não sentir o gosto
amar e não ser amado
jogar bem e perder
esperar e não chegar.
a lista é longa.
frustração.
você fala três vezes e pesa na cabeça, na boca e no coração.
frustração.
frustração.
é um troço tão ruim de sentir que até falar e escrever é difícil.
você tem que quase soletrar mentalmente pra acertar. isso quer dizer algo. algo para além de um mero detalhe de pronúncia.
leminski diz, em algum lugar, que as palavras estão sujas de história.
acho que o tempo tratou de consagrar essa palavra, frustração, como algo que desaba sobre nossas cabeças, que pesa em nossa língua, que faz sombra no coração.
alguns, mais avisados, preferem substituir tal palavra por outras mais soletráveis. decepção, mágoa, chateação.
mas essas não valem, são bem líquidas, deslizam sobre nossas cabeças, são leves quando na língua e dão alento ao coração, apesar de tristes.
frustração é carregada, uma escopeta emocional, certeira e precisa.
ela não perdoa, rasga o peito.
a sensação de poder e não conseguir antecede a própria ideia de que, se não se consegue, nem sequer se pode de fato.
comer e não sentir o gosto
amar e não ser amado
jogar bem e perder
esperar e não chegar.
a lista é longa.
frustração.
você fala três vezes e pesa na cabeça, na boca e no coração.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
antes de mais nada,
decantar o mundo, não ele todo.
parte apenas
observando o decantado
deixar subirem até a superfície
suas mais novas ideias.
gastamos grande parte da vida
chegando atrasados aos eventos,
quando em quando se acerta.
mãos sem esperar a porta aberta,
bata e entre.
você olha pros objetos com tristeza
e eles respondem com suscinta aspereza.
não somos leves, nem pesados,
espelhos, nem baús,
ladainhas, nem murmúrio.
somos objetos, seu bobo.
decantar o mundo, não ele todo.
parte apenas
observando o decantado
deixar subirem até a superfície
suas mais novas ideias.
gastamos grande parte da vida
chegando atrasados aos eventos,
quando em quando se acerta.
mãos sem esperar a porta aberta,
bata e entre.
você olha pros objetos com tristeza
e eles respondem com suscinta aspereza.
não somos leves, nem pesados,
espelhos, nem baús,
ladainhas, nem murmúrio.
somos objetos, seu bobo.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
hoje eu estava começando a ter ciúmes, quase tive, estava tendo, mas deixei de ter quando lembrei de uma amiga que considero bastante madura, invejavelmente madura.
e num lapso de milésimos de segundos sustei meu ciúme. parou.
lembrei que tenho 28, quase 29 anos e que, bem, vamos lá, não é ridículo ter ciúmes, mas saber controlá-los é uma dádiva dos anos a mais no calendário.
sorri. não foi um sorriso irônico ou outro. apenas sorri e não tive mais ciúmes. não foi uma coisa mágica, mas foi interessantíssima.
como é bom ter 28 anos. o ciúme é um bicho sobre o qual eu também posso exercer controle, em certos momentos, e isso me fez muito feliz.
me sentí no paraíso por uns minutos.
é bom ter 28 anos. umas questões caducam e outras nascem.
a vida vai virando uma caixinha de bonecas russas, sabe, aquelas que você tira uma dentro das outras, da maior pra menor, a vida adquire outras perspectivas para as quais você pode olhar quando uma delas não vai bem.
vá lá, não é escapismo, porque ter 28 também me ensinou que ter perspectivas é uma boa forma de mexer os dados.
é esse o clima aí, malandro.
e num lapso de milésimos de segundos sustei meu ciúme. parou.
lembrei que tenho 28, quase 29 anos e que, bem, vamos lá, não é ridículo ter ciúmes, mas saber controlá-los é uma dádiva dos anos a mais no calendário.
sorri. não foi um sorriso irônico ou outro. apenas sorri e não tive mais ciúmes. não foi uma coisa mágica, mas foi interessantíssima.
como é bom ter 28 anos. o ciúme é um bicho sobre o qual eu também posso exercer controle, em certos momentos, e isso me fez muito feliz.
me sentí no paraíso por uns minutos.
é bom ter 28 anos. umas questões caducam e outras nascem.
a vida vai virando uma caixinha de bonecas russas, sabe, aquelas que você tira uma dentro das outras, da maior pra menor, a vida adquire outras perspectivas para as quais você pode olhar quando uma delas não vai bem.
vá lá, não é escapismo, porque ter 28 também me ensinou que ter perspectivas é uma boa forma de mexer os dados.
é esse o clima aí, malandro.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
escutando Keane, o primeiro disco (Hopes and Fears)
incrível como esse disco tem gosto de passado. como parece que já vem com esse gosto e o tempo só ressalta o efeito.
lembro um dia, voltando de mais um encontro do teatro, eu canando pra nayana 'everybody is changing (and I don´t feel the same). ela achou lindo e essa cena ficou marcada na minha cabeça.
tenho gosto pelo passado.
soube essa semana que o Colégio Evolutivo fechará suas portas, faliu.
essa escola tem uma importância capital pra mim. fui de uma cidade do interior do ceará pra capital...estudar. e me enfiei no evolutivo, sede major facundo, uma casa transformada em escola.
nossa, lá vivi muita coisa da minha vida.
A primeira namorada, grandes amigos que até hj estão ai, proximos, a primeira briga com o coordenador, a primeira expulsão de sala, os afetos, os afetos, e o teatro.
nosso grupo se chamava GENTE (grupo de encenações teatrais evolutivo), mas era mesmo o nome da nossa matéria, daquilo que nos tornamos aos poucadinhos.
a escola mesmo era horrivel, fora um bom professor ou outro, todos bem medíocres, um sistema de ensino muito ruim, mas nada disso importou. sério.
acabamos nos tornando médicos, advogados, acadêmicos, professores que prezam pelo que fazem.
alguma coisa foi ensinada ali, não sei bem o quê.
nas minhas férias eu sempre ia lá, andar por aqueles corredores tão clássicos pra mim, por onde desfilava com impetuosidade e frescor flamejante. por onde andava e nunca imaginaria que estaria hoje como e onde estou.
ia nas aulas do teatro e me apresentava como vovô do GENTE, afinal nós começamos o grupo, onde ficamos por quase 10 anos.
na sala do grêmio onde tive muitas (in)felicidades.
há uma história naqueles corredores das várias sedes onde tive e dei aula, onde me apresentei.
ah, as apresentações de final de ano, dias dos pais,das mães, as peças de singeleza e sagacidade que prof. socorro e guto machado nos proporcionavam...
há uma história ali, fincada naquelas paredes como prego velho que insiste em não sair, que a maresia corrói, mas que sempre fica em parte encravado.
todos nós que vestiamos aquela farda horrivel vivemos uma história que nos fará rir por todo o sempre, porque foi trágica, engraçada, claro, porque foi a nossa história, mas porque fomos plenos, vivemos experiências ímpares.
foi lá onde surgiu muita coisa que hoje me acompanham. referências musicais, de vida, de personalidades.
éramos jovens, ridículos, encantados, encantadores.
a escola se chamava Evolutivo (inicialmente Positivo, Positivest e depois Evolutivo), mas que tinha um sistema pedagógico pra lá e involutivo, acabou sendo uma espécie de referência por conta do que vivemos ali.
o tempo conta e desconta, não perda, debulha as contas do seu terço na velocidade que quer.
o tempo passa e chega pra todos. tudo uma hora fica antigo e vira lembrança.
everybody is changing....
quem viveu aquilo deve sentir...o mesmo.
incrível como esse disco tem gosto de passado. como parece que já vem com esse gosto e o tempo só ressalta o efeito.
lembro um dia, voltando de mais um encontro do teatro, eu canando pra nayana 'everybody is changing (and I don´t feel the same). ela achou lindo e essa cena ficou marcada na minha cabeça.
tenho gosto pelo passado.
soube essa semana que o Colégio Evolutivo fechará suas portas, faliu.
essa escola tem uma importância capital pra mim. fui de uma cidade do interior do ceará pra capital...estudar. e me enfiei no evolutivo, sede major facundo, uma casa transformada em escola.
nossa, lá vivi muita coisa da minha vida.
A primeira namorada, grandes amigos que até hj estão ai, proximos, a primeira briga com o coordenador, a primeira expulsão de sala, os afetos, os afetos, e o teatro.
nosso grupo se chamava GENTE (grupo de encenações teatrais evolutivo), mas era mesmo o nome da nossa matéria, daquilo que nos tornamos aos poucadinhos.
a escola mesmo era horrivel, fora um bom professor ou outro, todos bem medíocres, um sistema de ensino muito ruim, mas nada disso importou. sério.
acabamos nos tornando médicos, advogados, acadêmicos, professores que prezam pelo que fazem.
alguma coisa foi ensinada ali, não sei bem o quê.
nas minhas férias eu sempre ia lá, andar por aqueles corredores tão clássicos pra mim, por onde desfilava com impetuosidade e frescor flamejante. por onde andava e nunca imaginaria que estaria hoje como e onde estou.
ia nas aulas do teatro e me apresentava como vovô do GENTE, afinal nós começamos o grupo, onde ficamos por quase 10 anos.
na sala do grêmio onde tive muitas (in)felicidades.
há uma história naqueles corredores das várias sedes onde tive e dei aula, onde me apresentei.
ah, as apresentações de final de ano, dias dos pais,das mães, as peças de singeleza e sagacidade que prof. socorro e guto machado nos proporcionavam...
há uma história ali, fincada naquelas paredes como prego velho que insiste em não sair, que a maresia corrói, mas que sempre fica em parte encravado.
todos nós que vestiamos aquela farda horrivel vivemos uma história que nos fará rir por todo o sempre, porque foi trágica, engraçada, claro, porque foi a nossa história, mas porque fomos plenos, vivemos experiências ímpares.
foi lá onde surgiu muita coisa que hoje me acompanham. referências musicais, de vida, de personalidades.
éramos jovens, ridículos, encantados, encantadores.
a escola se chamava Evolutivo (inicialmente Positivo, Positivest e depois Evolutivo), mas que tinha um sistema pedagógico pra lá e involutivo, acabou sendo uma espécie de referência por conta do que vivemos ali.
o tempo conta e desconta, não perda, debulha as contas do seu terço na velocidade que quer.
o tempo passa e chega pra todos. tudo uma hora fica antigo e vira lembrança.
everybody is changing....
quem viveu aquilo deve sentir...o mesmo.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
os símbolos se decantam, se espargem, se deterioram, entram em decadência porque o tempo atua sobre eles.
aquilo que fomos para alguém é como um símbolo que representa e apresenta uma faceta serial.
a boa namorada que sempre está alerta para seu carinha, o bom namorado, dócil e atencioso, por exemplo, são símbolos de uma paz encarnada na terra, bem rente ao chão.
simbolizam um anseio e uma necessidade comuns. uma figura dócil do outro. imagem necessária e verdadeira roda que faz o mundo sentimental girar.
mas os símbolos não são tão eternos, não tanto quanto a existência, pois eles também se deterioram. as relações que os sustentam também se deterioram, desmoronam e junto com elas a imagem do outro.
uma pena que isso ocorra.
tentar salvar uma 'auto'-imagem é um daqueles desesperos de primeira ordem, é gritar 'o barco está afundando' quando o barco afunda. uma tautologia desnecessária, mas reconfortante.
um símbolo pode ser quebrado, fraturado.
aquilo que eu simbolizava para você (e vice-versa) era mais do que poderíamos ser um para o outro.
no amor, somos como lunetas, meros anteparos que sinalizam constelações de símbolos que nos são caros e urgentemente necessários. uma verdadeira demanda.
quanto mais a lente sirva para alcançar constelações desejadas, melhor sou seu amado.
tudo morre, tudo se deteriora, leva tempo, mas as lentes cansam, os símbolos cansam.
então você, ou mesmo eu, gritamos a tautologia reconfortante, 'está tudo acabando'. está mesmo.
coisas assim nos separam e se impoem como um pé na porta.
eu só queria dizer para você que tudo morre, tudo se deteriora, menos o carinho, porque ele não está inserido dentre as coisas que podemos perder.
carinho não é um território que se ganha e se perde.
não é a luneta, nem um anteparo, é uma constelação.
aquilo que fomos para alguém é como um símbolo que representa e apresenta uma faceta serial.
a boa namorada que sempre está alerta para seu carinha, o bom namorado, dócil e atencioso, por exemplo, são símbolos de uma paz encarnada na terra, bem rente ao chão.
simbolizam um anseio e uma necessidade comuns. uma figura dócil do outro. imagem necessária e verdadeira roda que faz o mundo sentimental girar.
mas os símbolos não são tão eternos, não tanto quanto a existência, pois eles também se deterioram. as relações que os sustentam também se deterioram, desmoronam e junto com elas a imagem do outro.
uma pena que isso ocorra.
tentar salvar uma 'auto'-imagem é um daqueles desesperos de primeira ordem, é gritar 'o barco está afundando' quando o barco afunda. uma tautologia desnecessária, mas reconfortante.
um símbolo pode ser quebrado, fraturado.
aquilo que eu simbolizava para você (e vice-versa) era mais do que poderíamos ser um para o outro.
no amor, somos como lunetas, meros anteparos que sinalizam constelações de símbolos que nos são caros e urgentemente necessários. uma verdadeira demanda.
quanto mais a lente sirva para alcançar constelações desejadas, melhor sou seu amado.
tudo morre, tudo se deteriora, leva tempo, mas as lentes cansam, os símbolos cansam.
então você, ou mesmo eu, gritamos a tautologia reconfortante, 'está tudo acabando'. está mesmo.
coisas assim nos separam e se impoem como um pé na porta.
eu só queria dizer para você que tudo morre, tudo se deteriora, menos o carinho, porque ele não está inserido dentre as coisas que podemos perder.
carinho não é um território que se ganha e se perde.
não é a luneta, nem um anteparo, é uma constelação.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
o amor me cansa.
porque nunca é certo,
não está na ordem dos investimentos,
não é somando que se chega ao amor.
seu caminho está aberto à imaginação
mas vedado ao amante, mero andante.
o amor me cansa.
é um horizonte que nunca chega
uma sombra que nunca passa. arre!
essa distância que não se mede
mas que enfada como uma légua corrida.
o amor é uma dessas constelações
para as quais não há luneta que chegue.
arre.
porque nunca é certo,
não está na ordem dos investimentos,
não é somando que se chega ao amor.
seu caminho está aberto à imaginação
mas vedado ao amante, mero andante.
o amor me cansa.
é um horizonte que nunca chega
uma sombra que nunca passa. arre!
essa distância que não se mede
mas que enfada como uma légua corrida.
o amor é uma dessas constelações
para as quais não há luneta que chegue.
arre.
domingo, 13 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
hoje vi um 'mon amour' escrito em vermelho na calçada do meu prédio. ele estava virado de frente pro portão, ou seja, foi escrito de forma que os moradores, ao saírem do prédio, lessem a frase. seguramente é pra um de nós aqui do yomar, 271.
mas quem?
a quem foi devotada essa declaração, macumba, pedido, homenagem tão urgente?
todos nós, os moradores, saímos, olhamos, passamos ao lado da inscrição disfarçando discrição. afinal, não se pisa num 'mon amour' pintado de vermelho.
é ser muito ruim passar e pisar na inscrição que foi feita especificamente pra alguém, isso é certo.
a que horas o tal amante, municiado de tinta vermelha, pincel, teria se ajoelhado, ou apenas acocorado, e escrito esse 'mon amour', uma espécie de tapete vermelho pro objeto de sua devoção?
quantos não passaram, viram, mas acharam de um espalhafato absurdo a tal inscrição, e mais, juraram matar seu amado/amada se fizessem tal coisa?
eu não sei, mas creio que tem coisas que só acontecem em copacabana.
mas quem?
a quem foi devotada essa declaração, macumba, pedido, homenagem tão urgente?
todos nós, os moradores, saímos, olhamos, passamos ao lado da inscrição disfarçando discrição. afinal, não se pisa num 'mon amour' pintado de vermelho.
é ser muito ruim passar e pisar na inscrição que foi feita especificamente pra alguém, isso é certo.
a que horas o tal amante, municiado de tinta vermelha, pincel, teria se ajoelhado, ou apenas acocorado, e escrito esse 'mon amour', uma espécie de tapete vermelho pro objeto de sua devoção?
quantos não passaram, viram, mas acharam de um espalhafato absurdo a tal inscrição, e mais, juraram matar seu amado/amada se fizessem tal coisa?
eu não sei, mas creio que tem coisas que só acontecem em copacabana.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
estive na presença de uma dessas sumidades nos campos da lingua portuguesa e da literatura daqui da minha cidade (ipu) e constatei aquilo que já era pra eu saber de cor:
poema bom é poema grande.
livro de poema tem que estar entupido de texto, não pode haver espaço em branco.
e sempre soneto-eto-eto.
me (sic) permitam algumas réplicas:
particularmente odeio poema grande, mas algunas deles me impressionam pela força poética se impondo sobre uma linha espacial e temporal longa, resumindo...pô, o poema é grande pra cacete, mas assim mesmo é bom! cito um: tabacaria, de fernando pessoa. dez páginas de um lirismo bruto.
não me venham com ilíada, porque, pros gregos, isso não era poesia. poesia pra eles não o mesmo que é pra gente.
gosto quando italo calvino diz que anseia por um poema que conte a história do mundo em um verso.
há essa despreocupação dos poetas em trabalhar a folha, o branco da página. muitos crêem (esse acento caiu?) que poeta mesmo, aquele dos bons, trabalha só a letra, a frase, o desenho do poema no papel. nem me venham com essa de que isso é papo de modernista e que não cola. o barroco tinha essa preocupação, se você notar bem até o cordel também.
claro, o modernismo teorizou a questão e trouxe a pergunta: mas o poeta não seria responsável também pelos vazios, os brancos do que escreve?mallarmé que o diga...
em miúdos, se entupo meu livro de poemas, e essa é uma opinião pessoal, eu corro o risco de que meu leitor tenha em mãos um farto peso de papéis. duvido que um leitor-não-escritor se deterá em ler, nem que seja por curiosidade das mais banais, mas não indispensáveis, e sem a pressão da presença do autor no lançamento, um livro de poesia que mais parece prosa. é tanta poesia que dá azia.
cada poema sugere um mundo, se o livro está entupido de mundos sugeridos, a probabilidade de causar pane no leitor-não-escritor, é quase certa.
mas, claro, um leitor-escritor qualquer talvez se impressione pelo calhamaço em mãos, pela quantidade de poesia (é tanta poesia...), pela erudição desfilada sem um pingo de auto-ironia, enfim, pela poesia que vence pelo emudecimento. titio leminski que me acode sempre, poesia é um efeito mental.
e acrescento, prosa é texto corrido, poesia é texto correndo.
por fim, soneto-eto-eto. nada contra. há quem faça muito bem. gosto do bandeira, drummond não.
aliás, o soneto marca o espaço da folha de um só jeito. o olho cansa de ver soneto, ainda mais se for o inglês que é o mais comum.
há quem não consiga escrever nada fora do soneto. aliás, há dois tipos bem comuns de sonetistas, aquele que não tem domínio algum da lingua, mas aprendeu que poema se escreve em soneto.
e há aquele que tem um domínio exemplar da lingua, um conhecimento erudito da forma como ela se dá, e escreve soneto porque não consegue lidar com a idéia ritmo desprendida da métrica e rima.
o ritmo é a energia poética que os gregos (sabe os gregos de que tanto falam os eruditos que escrevem sonetos?) já tanto falavam e os modernistas levaram ao extremo, que propunham dinamite nas formas e adubo no ritmo.
não se confunda aqui ritmo com musicalidade. tanto sonetos quanto outras formas (redondilhas, versos heróicos...) quanto formas abertas (versos brancos) podem ser mui melódicos.
hoje me senti o menino que tenta justificar seus versos perante um velho lobo do mar experiente que folheia o livro do iniciante com desdém clássico.
aprendi uma coisa hoje.
com a experiência só há uma saída, é o olhar atento, mas a antena ligada.
poema bom é poema grande.
livro de poema tem que estar entupido de texto, não pode haver espaço em branco.
e sempre soneto-eto-eto.
me (sic) permitam algumas réplicas:
particularmente odeio poema grande, mas algunas deles me impressionam pela força poética se impondo sobre uma linha espacial e temporal longa, resumindo...pô, o poema é grande pra cacete, mas assim mesmo é bom! cito um: tabacaria, de fernando pessoa. dez páginas de um lirismo bruto.
não me venham com ilíada, porque, pros gregos, isso não era poesia. poesia pra eles não o mesmo que é pra gente.
gosto quando italo calvino diz que anseia por um poema que conte a história do mundo em um verso.
há essa despreocupação dos poetas em trabalhar a folha, o branco da página. muitos crêem (esse acento caiu?) que poeta mesmo, aquele dos bons, trabalha só a letra, a frase, o desenho do poema no papel. nem me venham com essa de que isso é papo de modernista e que não cola. o barroco tinha essa preocupação, se você notar bem até o cordel também.
claro, o modernismo teorizou a questão e trouxe a pergunta: mas o poeta não seria responsável também pelos vazios, os brancos do que escreve?mallarmé que o diga...
em miúdos, se entupo meu livro de poemas, e essa é uma opinião pessoal, eu corro o risco de que meu leitor tenha em mãos um farto peso de papéis. duvido que um leitor-não-escritor se deterá em ler, nem que seja por curiosidade das mais banais, mas não indispensáveis, e sem a pressão da presença do autor no lançamento, um livro de poesia que mais parece prosa. é tanta poesia que dá azia.
cada poema sugere um mundo, se o livro está entupido de mundos sugeridos, a probabilidade de causar pane no leitor-não-escritor, é quase certa.
mas, claro, um leitor-escritor qualquer talvez se impressione pelo calhamaço em mãos, pela quantidade de poesia (é tanta poesia...), pela erudição desfilada sem um pingo de auto-ironia, enfim, pela poesia que vence pelo emudecimento. titio leminski que me acode sempre, poesia é um efeito mental.
e acrescento, prosa é texto corrido, poesia é texto correndo.
por fim, soneto-eto-eto. nada contra. há quem faça muito bem. gosto do bandeira, drummond não.
aliás, o soneto marca o espaço da folha de um só jeito. o olho cansa de ver soneto, ainda mais se for o inglês que é o mais comum.
há quem não consiga escrever nada fora do soneto. aliás, há dois tipos bem comuns de sonetistas, aquele que não tem domínio algum da lingua, mas aprendeu que poema se escreve em soneto.
e há aquele que tem um domínio exemplar da lingua, um conhecimento erudito da forma como ela se dá, e escreve soneto porque não consegue lidar com a idéia ritmo desprendida da métrica e rima.
o ritmo é a energia poética que os gregos (sabe os gregos de que tanto falam os eruditos que escrevem sonetos?) já tanto falavam e os modernistas levaram ao extremo, que propunham dinamite nas formas e adubo no ritmo.
não se confunda aqui ritmo com musicalidade. tanto sonetos quanto outras formas (redondilhas, versos heróicos...) quanto formas abertas (versos brancos) podem ser mui melódicos.
hoje me senti o menino que tenta justificar seus versos perante um velho lobo do mar experiente que folheia o livro do iniciante com desdém clássico.
aprendi uma coisa hoje.
com a experiência só há uma saída, é o olhar atento, mas a antena ligada.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
regressos nem sempre são tão bons quanto os que temos em mente.
achamos, via de regra, que nossa saudade avassaladora de pessoas, lugares e sentimentos irá, feito um ciclope, contagiar todos, e que todos compartilham da mesmíssima saudade.
regressar pode ser, via de regra, sentir o peso das relações, o efeito, também, que o tempo exerceu nelas.
regressar é ativar o comando 'confusão' e bagunçar todo o sistema.
eu, particularmente, considero isso bom. me faz lembrar o peso que as coisas têm. me faz lembrar, inclusive, que, pelo mesmíssimo peso, não dá pra carregar tudo de uma só vez.
tenho sido um pouco menos estapafúrdio nas minhas escolhas. e foi só regressando que percebi os imensos vacilos que cometi, as tremendas vaciladas em que me meti.
basta que você mergulhe pro açude ficar turvo.
tempos depois tudo decanta.
achamos, via de regra, que nossa saudade avassaladora de pessoas, lugares e sentimentos irá, feito um ciclope, contagiar todos, e que todos compartilham da mesmíssima saudade.
regressar pode ser, via de regra, sentir o peso das relações, o efeito, também, que o tempo exerceu nelas.
regressar é ativar o comando 'confusão' e bagunçar todo o sistema.
eu, particularmente, considero isso bom. me faz lembrar o peso que as coisas têm. me faz lembrar, inclusive, que, pelo mesmíssimo peso, não dá pra carregar tudo de uma só vez.
tenho sido um pouco menos estapafúrdio nas minhas escolhas. e foi só regressando que percebi os imensos vacilos que cometi, as tremendas vaciladas em que me meti.
basta que você mergulhe pro açude ficar turvo.
tempos depois tudo decanta.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
resposta ao post de deise anne rodrigues:
gostei da metáfora do email,rs.
soou bem pra mim.
não tenho enviado muitos emails, até começo a redigir um ou outro, mas, no meio do caminho, penso mesmo nessa coisa de que mandar email dispende muita energia e não sei com qual disposição a pessoa pretende ler.
corre o grande perigo de, ao fim, me (sic) sentir desgastado e desgostoso.
ocorre que um certo excesso de frustração me tornou um tanto quanto receoso e cínico, às vezes, pois me incomodo de gastar energia com uma pessoa (ou antes, a possibilidade de), mas não me incomodo que gastem comigo. uma cara-de-pau a minha...
verdade seja dita, ou tenho chegado muito adiantado ou atrasado demais pra missa.
sabe quando você encontra alguém legal, com quem você realmente toparia dividir de um tudo, mas daí o evento ocorre antes demais ou depois demais do que era pra ocorrer.
essa discronia me acompanha por um bom tempo.
praguejo pouco porque sei que amor só nasce tarde.
[amor pra poucos, pro escolhido.
amor que todo mundo quer, mas só um recebe]
...
é esse o clima!
gostei da metáfora do email,rs.
soou bem pra mim.
não tenho enviado muitos emails, até começo a redigir um ou outro, mas, no meio do caminho, penso mesmo nessa coisa de que mandar email dispende muita energia e não sei com qual disposição a pessoa pretende ler.
corre o grande perigo de, ao fim, me (sic) sentir desgastado e desgostoso.
ocorre que um certo excesso de frustração me tornou um tanto quanto receoso e cínico, às vezes, pois me incomodo de gastar energia com uma pessoa (ou antes, a possibilidade de), mas não me incomodo que gastem comigo. uma cara-de-pau a minha...
verdade seja dita, ou tenho chegado muito adiantado ou atrasado demais pra missa.
sabe quando você encontra alguém legal, com quem você realmente toparia dividir de um tudo, mas daí o evento ocorre antes demais ou depois demais do que era pra ocorrer.
essa discronia me acompanha por um bom tempo.
praguejo pouco porque sei que amor só nasce tarde.
[amor pra poucos, pro escolhido.
amor que todo mundo quer, mas só um recebe]
...
é esse o clima!
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
sempre aparece alguém pra dizer 'calma, não leve tudo tão a sério' quando você decide ficar atento e combativo.
sempre aparece alguém pra dizer 'acorda, o mundo não é um conto de fadas como você pensa' quando você decidiu ter calma e não levar tudo tão a sério...
campanha é algo que você faz mas que te exige uma postura ética em contrapartida.
ver o face lotado de perfis com foto de desenhos animados não exigiu de ninguém uma contrapartida ética, a meu ver.
a não ser que isso seja o que nos sobra em termos éticos...mudarmos fotos e darmos 'like' no face.
é como digo, a internet é o jeito clean de se viver, ela finge que atrito é apenas uma propriedade da física, e, como tal, não deve ser levada muito a sério.
a ideia inicial não era ser saudosista, era empreender uma campanha contra a violência infantil, certo? se queríamos uma oportunidade de sermos saudosistas, então porque não foi lançada a campanha 'dia das crianças! libere a que existe em vc colocando uma foto de um desenho animado no seu perfil do face'...nessa eu teria entrado, a pretensão dela é bem clara, ser saudosista, relembrar a infância e só.
claro, fui criticado a rodo por tal postura, a qual continuo a sustentar. há um imenso buraco intransponível entre as falas e as práticas, mas é de bom-tom não trazer isso à mesa.
sabe do que mais, concordo.
se eu estivesse no lugar de quem pôs uma foto de desenho animado no perfil do face, também não queria ser hostilizado por um qualquer, um chato que vem encher o saco por causa de uma coisa tão boba.
porque nós somos pós-pós-modernos* e sabíamos que era uma campanha contra a violência infantil, mas que no meio do caminho, por um motivo que não saebmos explicar ao certo, mas que nos parece terno, acabamos postando tais fotos de desenhos animados para relembrar nossa infância, é isso.
daí vem um chato de meia-tijela vem criticar uma coisa tão simples.
retiro tudo o que disse, certos estão vocês e o problema deve ser realmente comigo.
é esse o clima...
*boa parte dos alunos da letras (ufrj) e de outras instituições reagem de forma bastante parecida quando perguntados sobre o que quer dizer pós-moderno: silêncio, gagueira, sinais faciais levemente aborrecidos (pois trata-se de um pecado perguntar o que é o pós-moderno), e uma pasmaceira em forma de discurso. cá entre nós, mais da metade dos estudantes que se valem dos pós-modernos assim o fazem com e por total ignorância do tema. pós moderno é questionar sempre os pressupostos, bebê.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
confissão de um autor.
reli meu livro.
juro que já nem sei muito bem o que pensar dele.
o todo ainda me agrada.
mas, um autor que relê a si em detrimento dos outros a quem admira, é como se trouxesse um peso danado às costas.
nada basta, nada chega.
é uma inquietação com a qual não sei lidar e desconfio que saber lidar muito bem com ela é quase como ignorar a força mesmo da questão.
é um desconforto que se traduz em ação, é um pra fora sempre.
um autor que não transforma sua inabilidade frente às questões em uma bunda canastra é um fanfarrão (aquele que alardeia uma coragem que não tem).
e é preciso bastante coragem pra transformar sua inabilidade em golpe marcial.
é com esse que eu vou.
reli meu livro e ele me parece um estranho que chegou chegando e com o qual você tem que se acostumar.
prazer.
reli meu livro.
juro que já nem sei muito bem o que pensar dele.
o todo ainda me agrada.
mas, um autor que relê a si em detrimento dos outros a quem admira, é como se trouxesse um peso danado às costas.
nada basta, nada chega.
é uma inquietação com a qual não sei lidar e desconfio que saber lidar muito bem com ela é quase como ignorar a força mesmo da questão.
é um desconforto que se traduz em ação, é um pra fora sempre.
um autor que não transforma sua inabilidade frente às questões em uma bunda canastra é um fanfarrão (aquele que alardeia uma coragem que não tem).
e é preciso bastante coragem pra transformar sua inabilidade em golpe marcial.
é com esse que eu vou.
reli meu livro e ele me parece um estranho que chegou chegando e com o qual você tem que se acostumar.
prazer.
domingo, 18 de setembro de 2011
ela merece.
chama-se 'melena'.
é o primeiro livro de poesias da poeta/poetisa Gonçalina Timbó.
tia Gon para os íntimos.
ano passado recebi das mãos da autora um exemplar de sua obra.
'melena' tem revisão do padre Osvaldo Chaves, resenha de Francisca Ferreira (professora e coordenadora do grupo teatral Arte no Ato), além de uma minibiografia feita pelo músico, maestro e regente, Jorge Antônio Martins Nobre.
o exemplar chegou às minhas mãos no ano passado, estava empilhado entre tantos livros que fazem parte do meu regime militar de leitura.
arrumando a mesa foi que reparei, ele estava empilhado junto com outros livros de grosso calibre, verdadeiros calhamaço de 300 e tantas páginas.
me pus a ler 'melena' às 3 ou 4 da manhã.
poesia é um troço muito bacana mesmo. a maioria dos poemas que vemos nos livros não enchem sequer uma página, não finalizam sequer uma linha, mas ali falam, dialogam com um mundo de coisas.
poesia é sempre a cristalização de uma experiência vivida, mesmo que ela tenha sido apenas imaginada, mas quando a sentimos é como se fosse real.
ouví isso de um escritor chamado Affonso Romano Sant´ana. é uma colocação simples mas de uma objetividade desconcertante.
quando li 'melena' fiquei com essas duas impressões na cabeça.
porque a poesia de 'melena' é bacana. é boa de ler. flui com a facilidade que um poema precisa para ser bacana.
ao mesmo tempo sentimos ali aquela sensação de gravidade nos versos, gravidade proveniente de experiências vividas, imaginadas, compartilhadas, reais, por assim dizer.
'melena' é isso. bacana e grave.
os poemas possuem, em sua maioria, aquela brevidade econômica que faz o leitor se concentrar no essencial que está sendo focado ali. ao mesmo tempo que possuem aquela concisão de facão cortando a cana.
na década de 70 e 80, leminski foi talvez o mais feliz dos poetas a fazer uso farto dessa concisão criando obras belíssimas, porém, ainda desconhecidas de um grande público.
desconheco se a autora de 'melena' tem proximidade de leitura com leminski, mas ambos partilham dessa necessidade de serem breves e graves, como em 'ensaio geral' de sua autoria:
ensaio geral
o vento me diz sonetos de amor
o sol me paquera sem condições
e faz um sensaio geral
com seus melhores raios
queimando-me
e eu me rendo sem medo.
em alguns momentos a autora decide pelo formato do soneto para guiar seus poemas. cá entre nós, não se faz necessário.
não tenho nada contra o soneto, as métricas clássicas, mas no caso da poeta/poetisa, tais artifícios não trazem viço a sua escrita, antes, a engessam.
e para provar que a poeta/poetisa faz melhor uso dos artifícios mais aproximados do arsenal moderno/modernista cito esse poema saboroso:
sem memória
da mocidade
quero o instante
mas nunca levo a lembrança.
são esses pequenos flashes, esses intervalos de poemas breves e precisos (como o facão na cana) que iluminam 'melena'.
quem disse que poesia tem que ser grande, ter palavra difícil, ter métrica ou só falar do amor romântico?
Gonçalina, em boa parte do livro, prova por a mais b que poesia é, parafraseando leminski, mais que um efeito de texto, é um efeito mental.
a beleza do texto se faz na mente do leitor, quando ele se sente conduzido, nem importa bem pra onde, mas que esteja sendo conduzido, como numa dança.
quem fica preocupado pra onde vai quando se está dançando?
dance:
um minuto
e aí
toda a minha calma
caiu numa inquietude.
o trabalho com a palavra é também um forte vínculo da autora com aquele artesanato textual do qual fala mário de andrade e, na década de 70, leminski também falaria, mas em outra proporção.
bastante influenciado pelos concretistas, leminski buscava não apenas jogar com as palavras, mas jogar no interior da própria palavra.
quem escreve, sabe. não existe gosto maior que descobrir uma brincadeira dentro da palavra. é como se a gente tivesse transformado àgua em vinho ou vice-versa.
bom mesmo é quando a brincadeira traz à tona algo inesperado que desperte o leitor. como em 'atrapalhando', título que funciona como alerta:
que dia é hoje?
hoje é seu aniverdata.
ou será que é datarsário?
seja como for
feliz dataversário.
poema a gente não explica, a gente conversa e se descobre nele.
li com gosto 'melena', apesar de que o fio da leitura se perde em alguns momentos por conta das didifuldades com a diagramação que traz algumas páginas repetidas, mas nada que prejudique a capacidade poética ali presente.
penso que a autora deve estar se perguntando por qual motivo afinal li seu livro e o comentei apenas agora, já com um bom tempo transcorrido.
respondo.
dia 23 de setembro será o lançamento do primeiro livro de poesia desse que vos fala, eduardo timbó. chama-se 'deixe pra mais tarde'.
sempre pensei: por quê escrever mais um livro de poesia? mais um que irá se juntar a tantos outros?
e, relendo as provas que me foram mandadas pela editora, observei atentamente o alerta que eu mesmo escrevera no prefácio e já não me dera conta:
'que esse livro não faça peso em sua mochila, não se avolume em sua estante da sala ou na mesa do quarto, e também não gaste as suas horas. que a tarefa de ler esse livro jamais pese em suas mãos ou consciência além do necessário. caso pese, deixe pra mais tarde'
peço desculpas à autora por ter levado tanto tempo para ler esse seu belo livro que, alias, merece uma edição mais à altura de sua capacidade poética.
feliz ou infelizmente fui pego pelas minhas próprias palavras, vejam só!
deixei seu livro fazer peso em minha mochila, se avolumar em minha estante e na minha mesa do quarto. e deixei pesar em minha consciência o fato de ainda não o ter lido.
digo, feliz ou infelizmente, pois penso que se eu o tivesse lido naquele momento, talvez não me sentisse tão tocado por ele quanto agora me sinto.
deixei pra mais tarde, cara autora.
mas o povo diz, e eu fecho com ele:
antes tarde do que nunca.
eduardo timbó.
chama-se 'melena'.
é o primeiro livro de poesias da poeta/poetisa Gonçalina Timbó.
tia Gon para os íntimos.
ano passado recebi das mãos da autora um exemplar de sua obra.
'melena' tem revisão do padre Osvaldo Chaves, resenha de Francisca Ferreira (professora e coordenadora do grupo teatral Arte no Ato), além de uma minibiografia feita pelo músico, maestro e regente, Jorge Antônio Martins Nobre.
o exemplar chegou às minhas mãos no ano passado, estava empilhado entre tantos livros que fazem parte do meu regime militar de leitura.
arrumando a mesa foi que reparei, ele estava empilhado junto com outros livros de grosso calibre, verdadeiros calhamaço de 300 e tantas páginas.
me pus a ler 'melena' às 3 ou 4 da manhã.
poesia é um troço muito bacana mesmo. a maioria dos poemas que vemos nos livros não enchem sequer uma página, não finalizam sequer uma linha, mas ali falam, dialogam com um mundo de coisas.
poesia é sempre a cristalização de uma experiência vivida, mesmo que ela tenha sido apenas imaginada, mas quando a sentimos é como se fosse real.
ouví isso de um escritor chamado Affonso Romano Sant´ana. é uma colocação simples mas de uma objetividade desconcertante.
quando li 'melena' fiquei com essas duas impressões na cabeça.
porque a poesia de 'melena' é bacana. é boa de ler. flui com a facilidade que um poema precisa para ser bacana.
ao mesmo tempo sentimos ali aquela sensação de gravidade nos versos, gravidade proveniente de experiências vividas, imaginadas, compartilhadas, reais, por assim dizer.
'melena' é isso. bacana e grave.
os poemas possuem, em sua maioria, aquela brevidade econômica que faz o leitor se concentrar no essencial que está sendo focado ali. ao mesmo tempo que possuem aquela concisão de facão cortando a cana.
na década de 70 e 80, leminski foi talvez o mais feliz dos poetas a fazer uso farto dessa concisão criando obras belíssimas, porém, ainda desconhecidas de um grande público.
desconheco se a autora de 'melena' tem proximidade de leitura com leminski, mas ambos partilham dessa necessidade de serem breves e graves, como em 'ensaio geral' de sua autoria:
ensaio geral
o vento me diz sonetos de amor
o sol me paquera sem condições
e faz um sensaio geral
com seus melhores raios
queimando-me
e eu me rendo sem medo.
em alguns momentos a autora decide pelo formato do soneto para guiar seus poemas. cá entre nós, não se faz necessário.
não tenho nada contra o soneto, as métricas clássicas, mas no caso da poeta/poetisa, tais artifícios não trazem viço a sua escrita, antes, a engessam.
e para provar que a poeta/poetisa faz melhor uso dos artifícios mais aproximados do arsenal moderno/modernista cito esse poema saboroso:
sem memória
da mocidade
quero o instante
mas nunca levo a lembrança.
são esses pequenos flashes, esses intervalos de poemas breves e precisos (como o facão na cana) que iluminam 'melena'.
quem disse que poesia tem que ser grande, ter palavra difícil, ter métrica ou só falar do amor romântico?
Gonçalina, em boa parte do livro, prova por a mais b que poesia é, parafraseando leminski, mais que um efeito de texto, é um efeito mental.
a beleza do texto se faz na mente do leitor, quando ele se sente conduzido, nem importa bem pra onde, mas que esteja sendo conduzido, como numa dança.
quem fica preocupado pra onde vai quando se está dançando?
dance:
um minuto
e aí
toda a minha calma
caiu numa inquietude.
o trabalho com a palavra é também um forte vínculo da autora com aquele artesanato textual do qual fala mário de andrade e, na década de 70, leminski também falaria, mas em outra proporção.
bastante influenciado pelos concretistas, leminski buscava não apenas jogar com as palavras, mas jogar no interior da própria palavra.
quem escreve, sabe. não existe gosto maior que descobrir uma brincadeira dentro da palavra. é como se a gente tivesse transformado àgua em vinho ou vice-versa.
bom mesmo é quando a brincadeira traz à tona algo inesperado que desperte o leitor. como em 'atrapalhando', título que funciona como alerta:
que dia é hoje?
hoje é seu aniverdata.
ou será que é datarsário?
seja como for
feliz dataversário.
poema a gente não explica, a gente conversa e se descobre nele.
li com gosto 'melena', apesar de que o fio da leitura se perde em alguns momentos por conta das didifuldades com a diagramação que traz algumas páginas repetidas, mas nada que prejudique a capacidade poética ali presente.
penso que a autora deve estar se perguntando por qual motivo afinal li seu livro e o comentei apenas agora, já com um bom tempo transcorrido.
respondo.
dia 23 de setembro será o lançamento do primeiro livro de poesia desse que vos fala, eduardo timbó. chama-se 'deixe pra mais tarde'.
sempre pensei: por quê escrever mais um livro de poesia? mais um que irá se juntar a tantos outros?
e, relendo as provas que me foram mandadas pela editora, observei atentamente o alerta que eu mesmo escrevera no prefácio e já não me dera conta:
'que esse livro não faça peso em sua mochila, não se avolume em sua estante da sala ou na mesa do quarto, e também não gaste as suas horas. que a tarefa de ler esse livro jamais pese em suas mãos ou consciência além do necessário. caso pese, deixe pra mais tarde'
peço desculpas à autora por ter levado tanto tempo para ler esse seu belo livro que, alias, merece uma edição mais à altura de sua capacidade poética.
feliz ou infelizmente fui pego pelas minhas próprias palavras, vejam só!
deixei seu livro fazer peso em minha mochila, se avolumar em minha estante e na minha mesa do quarto. e deixei pesar em minha consciência o fato de ainda não o ter lido.
digo, feliz ou infelizmente, pois penso que se eu o tivesse lido naquele momento, talvez não me sentisse tão tocado por ele quanto agora me sinto.
deixei pra mais tarde, cara autora.
mas o povo diz, e eu fecho com ele:
antes tarde do que nunca.
eduardo timbó.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
A propósito, apresento uma comunicação sobre o "Catatau", de Paulo Leminski.
Dia 20/09 terça-feira
Das 14h às 16h
no Auditório E1.
http://www.forumlitbras.letras .ufrj.br/index.html?total=3175 13&carregando=310261&porcentag em=97
Quem vai?
A gente se vê por lá!
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
olhar pro passado é como olhar pra um abismo, dá vertigem.
bem, olhar pro futuro, irmão bastardo daquele, é como sentir uma queda evitada. fica o susto, a lição, a precaução, alguma coisa fica e nós ficamos estranhos.
tenho pensado muito no meu passado, na verdade esse pensamento tem me tomado de assalto.
...pessoas amadas próximas e distantes.
sim, pois nem a distância apaga o amor que tenho por elas. o que se apaga e apagou foi uma espécie de relacionamento.
essas pessoas ainda continuam sendo minhas referências.
quando em conflito, fecho meus olhos e me imagino conversando com elas, e me nutro daquilo que provavelmente elas diriam.
isso tudo é apenas um reparo que realizo.
nunca sabemos o que realmente vão nos dizer aqueles que amamos. ainda mais se a opinião se refere a algo muito particular.
melhor dizendo, até sabemos o que irão dizer, mas não entedemos na hora a dimensão daquilo que falam, o que passa, então, por não ser entendido, no meu entender.
é isso.
é o tipo de coisa com a qual temos que lidar pelos seculus seculorum amém saravá e que xangô nos valha.
clóvis beviláqua dizia que a gente dá o que a gente tem, e isso sempre me inquietou.
a você não?
é esse o clima...
bem, olhar pro futuro, irmão bastardo daquele, é como sentir uma queda evitada. fica o susto, a lição, a precaução, alguma coisa fica e nós ficamos estranhos.
tenho pensado muito no meu passado, na verdade esse pensamento tem me tomado de assalto.
...pessoas amadas próximas e distantes.
sim, pois nem a distância apaga o amor que tenho por elas. o que se apaga e apagou foi uma espécie de relacionamento.
essas pessoas ainda continuam sendo minhas referências.
quando em conflito, fecho meus olhos e me imagino conversando com elas, e me nutro daquilo que provavelmente elas diriam.
isso tudo é apenas um reparo que realizo.
nunca sabemos o que realmente vão nos dizer aqueles que amamos. ainda mais se a opinião se refere a algo muito particular.
melhor dizendo, até sabemos o que irão dizer, mas não entedemos na hora a dimensão daquilo que falam, o que passa, então, por não ser entendido, no meu entender.
é isso.
é o tipo de coisa com a qual temos que lidar pelos seculus seculorum amém saravá e que xangô nos valha.
clóvis beviláqua dizia que a gente dá o que a gente tem, e isso sempre me inquietou.
a você não?
é esse o clima...
sábado, 3 de setembro de 2011
chega o final de semana aqui no rio e fico bastante nostálgico.
quase não saio de casa, não porque não haja pra onde ir, há sim.
não porque não haja com quem ir, há sim.
mas é que penso nas milhares de coisas que preciso fazer, nos objetivos que me impus, nas atitudes que devo tomar, e acabo ficando assim, por minha conta.
hoje mesmo tenho algumas coisas pra ler e escrever.
farei isso ouvindo travis, beatles, depois abrirei um vinho, quem sabe uma cerva, depende do clima, e verei um pouco de seriado, dessa vez tomando um capuccino, até dormir.
sinto como se, por enquanto, não devesse sair de casa.
não sei porque isso agora.
vai entender.
quase não saio de casa, não porque não haja pra onde ir, há sim.
não porque não haja com quem ir, há sim.
mas é que penso nas milhares de coisas que preciso fazer, nos objetivos que me impus, nas atitudes que devo tomar, e acabo ficando assim, por minha conta.
hoje mesmo tenho algumas coisas pra ler e escrever.
farei isso ouvindo travis, beatles, depois abrirei um vinho, quem sabe uma cerva, depende do clima, e verei um pouco de seriado, dessa vez tomando um capuccino, até dormir.
sinto como se, por enquanto, não devesse sair de casa.
não sei porque isso agora.
vai entender.
Galera, valeu por votarem e opinarem!
Pedi ajuda a 16 pessoas e bem, elas escolheram os poemas : 4,5 e 11.
Decidi retirar o 4 e por em seu lugar o 8. Por quê?
Coitado, foi o menos votado,rs. Acho que pelo seu tom mais formal, não sei...
Seguem os poemas enviados.
Saudações universais!
1.
quando o nosso mundo desaba
nunca paramos pra pensar
que ainda resta todo o universo.
nunca paramos pra pensar
que ainda resta todo o universo.
2.
não te ocorre que para sermos iguais
uma porção de nós fica ao largo?
uma porção de nós fica ao largo?
3.
e então
um belo dia
você descobre que já estava na felicidade.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
dia desses uma amiga, queridíssima, por sinal, disse que queria sair de sua cidade e vir pro rio, pois isso resolveria 90% dos problemas dela.
por um instante gelei, lembrei de mim, que, de quebra, atrelei umas certa fugas ao meu plano de vir pro rio.
sempre há uma fuga pelo meio do caminho.
vim pro rio como teria ido pra bh, mas deu certo vir pra cá. achei que essa distância me afastaria de uma série de dificuldades, problemas, angústias, dúvidas.
mas todas vieram comigo na mala, junto com muita roupa e saudade.
meus amigos estavam seguindo rumos diferentes, virando pais de família, casando, tendo filhos, desistindo dos planos artísticos, porque era uma fase. normal.
mas isso me abalou.
me senti isolado. ainda mais porque meu relacionamento estava caindo aos pedaços por culpa de ambos.
e lembro que alguém riu de mim, ridicularizou meus planos, meus sonhos.
tudo foi se juntando com essa vontade de ganhar o mundo. de sair por ai.
tudo me dava saudade, me fazia bem e muito mal.
eu estava sozinho e era muito. e repito, todos, absolutamente todos meus problemas vieram comigo.
tudo valeu e está valendo a pena, mas perceber a bobagem, o erro de achar que era só sair que tudo se resolveria, dá vontade de achar graça.
não adianta, são duas lutas. consigo e com os outros.
por um instante gelei, lembrei de mim, que, de quebra, atrelei umas certa fugas ao meu plano de vir pro rio.
sempre há uma fuga pelo meio do caminho.
vim pro rio como teria ido pra bh, mas deu certo vir pra cá. achei que essa distância me afastaria de uma série de dificuldades, problemas, angústias, dúvidas.
mas todas vieram comigo na mala, junto com muita roupa e saudade.
meus amigos estavam seguindo rumos diferentes, virando pais de família, casando, tendo filhos, desistindo dos planos artísticos, porque era uma fase. normal.
mas isso me abalou.
me senti isolado. ainda mais porque meu relacionamento estava caindo aos pedaços por culpa de ambos.
e lembro que alguém riu de mim, ridicularizou meus planos, meus sonhos.
tudo foi se juntando com essa vontade de ganhar o mundo. de sair por ai.
tudo me dava saudade, me fazia bem e muito mal.
eu estava sozinho e era muito. e repito, todos, absolutamente todos meus problemas vieram comigo.
tudo valeu e está valendo a pena, mas perceber a bobagem, o erro de achar que era só sair que tudo se resolveria, dá vontade de achar graça.
não adianta, são duas lutas. consigo e com os outros.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
um típico testemunho.
madrugada de domingo pra segunda.
não gosto de domingos, a sempre velha impressão de que alguma coisa muito ruim pode acontecer.
mas nada aconteceu.
no entanto sempre fico receoso com as feições das pessoas, hoje mais ainda.
a gente se olha e eu não sei se está tudo bem, se está tudo mal, se nem fede nem cheira...
seus rostos ficam enigmáticos ou vai ver que eu apenas devo ter entendido errado.
as pessoas têm os seus motivos pra agirem diferentemente do que estavam antes.
uma certa insegurança me cerca. não sei bem com o quê estou me sentindo inseguro.
vai ver é uma saudade das grandes da minha família, amigos, vozes, rostos, cheiros e corações cotidianos.
é de tudo isso que sinto falta, que me aperta dentro.
aliás, a vida fica meio tristinha quando perdemos um boa amizade, quando não há mais possibilidade de, quando não há como, quando as portas estão, quando.
saudações universais.
madrugada de domingo pra segunda.
não gosto de domingos, a sempre velha impressão de que alguma coisa muito ruim pode acontecer.
mas nada aconteceu.
no entanto sempre fico receoso com as feições das pessoas, hoje mais ainda.
a gente se olha e eu não sei se está tudo bem, se está tudo mal, se nem fede nem cheira...
seus rostos ficam enigmáticos ou vai ver que eu apenas devo ter entendido errado.
as pessoas têm os seus motivos pra agirem diferentemente do que estavam antes.
uma certa insegurança me cerca. não sei bem com o quê estou me sentindo inseguro.
vai ver é uma saudade das grandes da minha família, amigos, vozes, rostos, cheiros e corações cotidianos.
é de tudo isso que sinto falta, que me aperta dentro.
aliás, a vida fica meio tristinha quando perdemos um boa amizade, quando não há mais possibilidade de, quando não há como, quando as portas estão, quando.
saudações universais.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Seguinte,
Vou me inscrever num concurso chamado "Viagens poéticas" e preciso enviar até semana que vem três poemas. Os candidatos selecionados terão seus poemas publicados em banners nos ônibus da cidade de Fortaleza-Ce.
Bem, gostaria que vocês elegessem três dos poemas abaixo (se quiserem, inclusive, comentar...sintam-se à vontade).
É isso!
1.
ser belo sem caretice
falar a verdade sem tolice
e mais um ano sem sinusite
falar a verdade sem tolice
e mais um ano sem sinusite
amém.
2.
no caminho de casa
tudo tem outra cara.
tudo tem outra cara.
3.
o coração é assim
vale quanto pesa.
4.
o passado a gente carrega nas costas
o futuro, na cabeça.
o futuro, na cabeça.
5.
quando o nosso mundo desaba
nunca paramos pra pensar
que ainda resta todo o universo.
nunca paramos pra pensar
que ainda resta todo o universo.
6.
quando o ciúme bate
é você quem apanha.
7.
a felicidade você tira da cartola, a tristeza você põe nela.
8.
não te ocorre que para sermos iguais
uma porção de nós fica ao largo?
uma porção de nós fica ao largo?
9.
procure a sua válvula
e não escape.
e não escape.
10.
se você parasse um pouco e me ouvisse
eu não precisava gastar tanta erudição.
eu não precisava gastar tanta erudição.
11.
e então
um belo dia
você descobre que já estava na felicidade.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
dentre todas as coisas, mínimas e comuns,
que desfrutamos nessa dura caminhada
você prefere as máximas e múltiplas
as quais não acho nada incomuns.
mas se for verdade, que seja dita
o que te anima nos separa, ontem e agora
é faca cravada certeira no peito
separando em dois pedaços.
irreconciliáveis, caminham
indispensáveis se aninham
na falta que o outro faz.
que desfrutamos nessa dura caminhada
você prefere as máximas e múltiplas
as quais não acho nada incomuns.
mas se for verdade, que seja dita
o que te anima nos separa, ontem e agora
é faca cravada certeira no peito
separando em dois pedaços.
irreconciliáveis, caminham
indispensáveis se aninham
na falta que o outro faz.
domingo, 7 de agosto de 2011
é isso.
parto marcado e será natural.
no sábado do dia 24 de setembro nascem essas duas crias tão aguardados por mim.
o cd Jossa Nova- ao vivo no Espaço Multifoco e o livro "Deixe pra mais tarde".
ufa! já não era em tempo!
eu gostaria de apresentar aqui dois textos sobre essas aguardadas crias.
um deles é da Deise Anne Rodrigues, que, aliás, escreveu o prefácio do livro e o texto da contracapa do cd.
e o outro é da Aline Marjorie, com quem também dividi a leitura do livro.
e ficaram tão, mas tão legais os textos que fiquei duplamente envaidecido. por elas terem observado coisas tão belas e terem dito isso de forma tão bela e suscinta, e, também, por serem minhas amigas.
bem, sem mais delongas, boa leitura!
>>>
Filho da Bossa Nova, a Jossa Nova é um projeto musical ousado e inovador, sem buscar, no entanto, qualquer prerrogativa por estar sob a barra da saia de tão generosa mãe. A banda mistura sons e linguagens, transgredindo qualquer regra linguística, semântica e musical, por isso é Jossa, com ‘ss’ mesmo.
A originalidade da música da Jossa está no diálogo que há entre letra e música, devido à sensibilidade refinada de poeta-músico que Eduardo Timbó transborda para suas canções.
A Jossa, nascida em Fortaleza, hoje radicada no Rio de Janeiro, lança o seu primeiro Cd pelo selo Multifoco. Um trabalho sem apelações, que traz de volta a simplicidade e a pureza musical, querendo chegar aonde houver espaço para apreciação da boa música.
por Deise Anne Rodrigues
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O "Deixe pra mais tarde" inaugura em mim o entendimento de uma Poesia simples, de versos tão naturais que me soaram como uma conversa regada à cerveja, na varanda de casa.
Tão leve, que de repente são 22hs e eu preciso ir embora, deixando nossa conversa anotada na lembrança, pra continuar sempre, sempre e sempre...
Além de ter me dado ciência do Eduardo amante, apaixonado, à flor da pele e louco pelas coisas simples, sentir essas 40 páginas me fizeram 'em tudo diferente'.
por Aline Marjorie
parto marcado e será natural.
no sábado do dia 24 de setembro nascem essas duas crias tão aguardados por mim.
o cd Jossa Nova- ao vivo no Espaço Multifoco e o livro "Deixe pra mais tarde".
ufa! já não era em tempo!
eu gostaria de apresentar aqui dois textos sobre essas aguardadas crias.
um deles é da Deise Anne Rodrigues, que, aliás, escreveu o prefácio do livro e o texto da contracapa do cd.
e o outro é da Aline Marjorie, com quem também dividi a leitura do livro.
e ficaram tão, mas tão legais os textos que fiquei duplamente envaidecido. por elas terem observado coisas tão belas e terem dito isso de forma tão bela e suscinta, e, também, por serem minhas amigas.
bem, sem mais delongas, boa leitura!
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Filho da Bossa Nova, a Jossa Nova é um projeto musical ousado e inovador, sem buscar, no entanto, qualquer prerrogativa por estar sob a barra da saia de tão generosa mãe. A banda mistura sons e linguagens, transgredindo qualquer regra linguística, semântica e musical, por isso é Jossa, com ‘ss’ mesmo.
A originalidade da música da Jossa está no diálogo que há entre letra e música, devido à sensibilidade refinada de poeta-músico que Eduardo Timbó transborda para suas canções.
A Jossa, nascida em Fortaleza, hoje radicada no Rio de Janeiro, lança o seu primeiro Cd pelo selo Multifoco. Um trabalho sem apelações, que traz de volta a simplicidade e a pureza musical, querendo chegar aonde houver espaço para apreciação da boa música.
por Deise Anne Rodrigues
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O "Deixe pra mais tarde" inaugura em mim o entendimento de uma Poesia simples, de versos tão naturais que me soaram como uma conversa regada à cerveja, na varanda de casa.
Tão leve, que de repente são 22hs e eu preciso ir embora, deixando nossa conversa anotada na lembrança, pra continuar sempre, sempre e sempre...
Além de ter me dado ciência do Eduardo amante, apaixonado, à flor da pele e louco pelas coisas simples, sentir essas 40 páginas me fizeram 'em tudo diferente'.
por Aline Marjorie
certa vez me disseram que não sei lidar com problemas.
a pessoa que me disse isso acabou dizendo algo muito acertado.
não sei lidar com alguns problemas mesmo, tipo.
sabe quando aqueles que exigem sua atenção pra serem resolvidos e, após isso, você sobe um degrau na sua ínfima existência? aqueles problemas que, quando resolvidos, te fazem atravessar uma porta, avançar uma fase no jogo da vida? pra esses eu tenho toda a paciência do mundo. porque quando resolvidos, eles passam.
mas sabe aqueles cuja resolução não implica numa definitiva solução e você tem que, volta e meia, lidar com ele, de novo? seus esforços em resolvê-los são apenas meros paliativos. ah, pra esses problemas eu realmente não tenho paciência. isso é um traço peculiar meu, porque me torna inepto (ou seria inapto?) pros problemas que são os mais comuns, para os quais geralmente somos mais requisitados. esses, mesmo quando resolvidos, voltam.
daí que me enfio de cabeça em grandes projetos, desses que te tomam por completo a ponto de você se trancar no quarto por tanto tempo para gestá-lo que, quando sai, esquece até como se abre a porta do elevador ou, o que é muito pior, onde estão suas meias.
vou na máquina de lavar, no varal, no guardarroupa, no tênis e descubro que estão nos meus pés. dormi com elas porque estava muito frio.
a mesma pessoa me disse que eu evito encarar a vida e vivê-la na sua realidade, me refugiando no meu mundo.
olha, é por aí mesmo, apenas com a diferença que não fujo da vida, eu me refugio nela. na verdade, até gosto de pequenas procupações, tirar lixo, lavar louça, limpar casa, pagar contas, falar da vida alheia, imaginar como seria se nossos pais se conhecessem, bolar planinhos pro futuro.
se a vida pode ser encarada, então existem várias formas de fazer isso.
essa é a minha.
esse é o meu clima, malandro.
a pessoa que me disse isso acabou dizendo algo muito acertado.
não sei lidar com alguns problemas mesmo, tipo.
sabe quando aqueles que exigem sua atenção pra serem resolvidos e, após isso, você sobe um degrau na sua ínfima existência? aqueles problemas que, quando resolvidos, te fazem atravessar uma porta, avançar uma fase no jogo da vida? pra esses eu tenho toda a paciência do mundo. porque quando resolvidos, eles passam.
mas sabe aqueles cuja resolução não implica numa definitiva solução e você tem que, volta e meia, lidar com ele, de novo? seus esforços em resolvê-los são apenas meros paliativos. ah, pra esses problemas eu realmente não tenho paciência. isso é um traço peculiar meu, porque me torna inepto (ou seria inapto?) pros problemas que são os mais comuns, para os quais geralmente somos mais requisitados. esses, mesmo quando resolvidos, voltam.
daí que me enfio de cabeça em grandes projetos, desses que te tomam por completo a ponto de você se trancar no quarto por tanto tempo para gestá-lo que, quando sai, esquece até como se abre a porta do elevador ou, o que é muito pior, onde estão suas meias.
vou na máquina de lavar, no varal, no guardarroupa, no tênis e descubro que estão nos meus pés. dormi com elas porque estava muito frio.
a mesma pessoa me disse que eu evito encarar a vida e vivê-la na sua realidade, me refugiando no meu mundo.
olha, é por aí mesmo, apenas com a diferença que não fujo da vida, eu me refugio nela. na verdade, até gosto de pequenas procupações, tirar lixo, lavar louça, limpar casa, pagar contas, falar da vida alheia, imaginar como seria se nossos pais se conhecessem, bolar planinhos pro futuro.
se a vida pode ser encarada, então existem várias formas de fazer isso.
essa é a minha.
esse é o meu clima, malandro.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
às vezes me bate uma tristeza em pleno domingo.
mas nada excepcional aconteceu, os mesmos problemas, os mesmos degraus, nada demais. mas no domingo eles me parecem mais tristes, mais dignos de serem sentidos.
me bate uma falta de fé, uma descrença, como se as coisas não fossem dar certo, como se tudo que eu estou fazendo estivevesse errado, ou pelo menos não muito certo.
me sinto solitário no domingo. e é estranho porque ir ao encontro dos outros faz com que eu me sinta mais só ainda.
o domingo é um dia em que entro num combate comigo mesmo, porque eu me saboto, eu me entristeço e não era pra ser assim.
já disse em outros momentos, detesto domingo. passo o dia todo tentando esquecer que é domingo. aqui no rio essa estratégia não tem funcionado muito bem. me sinto solitário e descrente...no domingo.
mas nada excepcional aconteceu, os mesmos problemas, os mesmos degraus, nada demais. mas no domingo eles me parecem mais tristes, mais dignos de serem sentidos.
me bate uma falta de fé, uma descrença, como se as coisas não fossem dar certo, como se tudo que eu estou fazendo estivevesse errado, ou pelo menos não muito certo.
me sinto solitário no domingo. e é estranho porque ir ao encontro dos outros faz com que eu me sinta mais só ainda.
o domingo é um dia em que entro num combate comigo mesmo, porque eu me saboto, eu me entristeço e não era pra ser assim.
já disse em outros momentos, detesto domingo. passo o dia todo tentando esquecer que é domingo. aqui no rio essa estratégia não tem funcionado muito bem. me sinto solitário e descrente...no domingo.
terça-feira, 26 de julho de 2011
ah, era isso que eu queria precisava dizer...
sempre ouço da maioria das pessoas que sou racional, que eu mais penso do que sinto. mas elas não falam isso de forma depreciativa, acho, apenas tentam dar nome aos bois.
eu até entendo porque, de fato, minhas práticas, a forma como conduzo as coisas, meu linguajar e tentativa de manter certa clareza nas relações levam de fato a conclusões como essa que as pessoas têm.
mas discordo.internamente sinto tudo muito caótico, além de ser muito tímido (aliás, reconhece-se um tímido não quando você o pede pra pular do telhado, o que seria simples pra ele, mas quando você pede algo simples como, 'diz aí o que você sente por mim?'). sempre acho que um bom amor de uma garota irá me ajudar a esclarecer certas confusões internas, ainda acho isso.
então, para me fazer entender no meio desse universo caótico opto por certa objetividade e clareza em minhas coisas. mas, entendem, que isso não faz de mim uma pessoa racional?
eu não penso muito racionalmente, eu ajo racionalmente, na maioria das vezes.
quando me encontro entre amigos essa coisa muda de figura, me sinto à vontade até pra chorar, se o choro vem.
minha confusão interna é tal que já não sei diferenciar racional de emocional.
você sabe?
sempre ouço da maioria das pessoas que sou racional, que eu mais penso do que sinto. mas elas não falam isso de forma depreciativa, acho, apenas tentam dar nome aos bois.
eu até entendo porque, de fato, minhas práticas, a forma como conduzo as coisas, meu linguajar e tentativa de manter certa clareza nas relações levam de fato a conclusões como essa que as pessoas têm.
mas discordo.internamente sinto tudo muito caótico, além de ser muito tímido (aliás, reconhece-se um tímido não quando você o pede pra pular do telhado, o que seria simples pra ele, mas quando você pede algo simples como, 'diz aí o que você sente por mim?'). sempre acho que um bom amor de uma garota irá me ajudar a esclarecer certas confusões internas, ainda acho isso.
então, para me fazer entender no meio desse universo caótico opto por certa objetividade e clareza em minhas coisas. mas, entendem, que isso não faz de mim uma pessoa racional?
eu não penso muito racionalmente, eu ajo racionalmente, na maioria das vezes.
quando me encontro entre amigos essa coisa muda de figura, me sinto à vontade até pra chorar, se o choro vem.
minha confusão interna é tal que já não sei diferenciar racional de emocional.
você sabe?
sexta-feira, 22 de julho de 2011
não me esforço muito para que as pessoas gostem de mim.
meu sorriso não é fácil, não saio de onde estou instalado confortavelmente pra abraçar, beijar ou apertar a mão de seu ninguém.
já ouvi muito que isso é arrogância, que agir assim é ser anti-social, e que isso tudo junto e misturado dá um coquetel molotov.
sou um cara tímido, hoje sei que admitir a timidez não faz com que ela passe. Se isso soa como arrogância, pedantismo, deixa rolar.
só gosto de respeitar a minha natureza, porque ela já foi muito desrespeitada. por mim e por outros.
gosto de ouvir as pessoas, falar e tocar nelas, mas a cara que elas fazem me intimida as vezes.
meu sonho mesmo é morar numa casa à beira da praia, sozinho, vendo pessoas só a cada trinta dias, vendo-as quando eu quiser vê-las, porque nem sempre quero.
as pessoas me encantam, e já estar o tempo todo encantado cansa muito, você dispende muita energia, é como se seu corpo ebulisse constantemente.
meu sorriso não é fácil, não saio de onde estou instalado confortavelmente pra abraçar, beijar ou apertar a mão de seu ninguém.
já ouvi muito que isso é arrogância, que agir assim é ser anti-social, e que isso tudo junto e misturado dá um coquetel molotov.
sou um cara tímido, hoje sei que admitir a timidez não faz com que ela passe. Se isso soa como arrogância, pedantismo, deixa rolar.
só gosto de respeitar a minha natureza, porque ela já foi muito desrespeitada. por mim e por outros.
gosto de ouvir as pessoas, falar e tocar nelas, mas a cara que elas fazem me intimida as vezes.
meu sonho mesmo é morar numa casa à beira da praia, sozinho, vendo pessoas só a cada trinta dias, vendo-as quando eu quiser vê-las, porque nem sempre quero.
as pessoas me encantam, e já estar o tempo todo encantado cansa muito, você dispende muita energia, é como se seu corpo ebulisse constantemente.
terça-feira, 19 de julho de 2011
ando em busca do meu tempo, do momento em que aprendo com meus descompassos, quando levo à frente uma mistura decantada do que vivi.
levo, inclusive, a certeza de que sempre somos os mesmos, só as relações e as sensibilidades que mudam.
adiante verei como tudo isso funciona na prática.
o que necessito nesse exato minuto é que algo me desperte da letargia que os dias têm me deixado.
meu sono já está durando, minhas insônias não estão fornecendo pão algum.
ando faminto e com sono.
diria mais, ando guloso e relapso.
mas carrego a certeza de que isso está prestes a passar.
que passe...
levo, inclusive, a certeza de que sempre somos os mesmos, só as relações e as sensibilidades que mudam.
adiante verei como tudo isso funciona na prática.
o que necessito nesse exato minuto é que algo me desperte da letargia que os dias têm me deixado.
meu sono já está durando, minhas insônias não estão fornecendo pão algum.
ando faminto e com sono.
diria mais, ando guloso e relapso.
mas carrego a certeza de que isso está prestes a passar.
que passe...
sexta-feira, 15 de julho de 2011
as pessoas.
essas que estão ao nosso redor, que nos falam ao ouvido, que nos dão seus ouvidos para falarmos.
com quem trocamos juras, planos, olhares.
tais pessoas nos acompanham no bar, na farmácia, na cama.
elas se enroscam em nosso pescoço e dizem cheias de manha que não vão nos largar, perguntam ainda se aguentaremos isso.
é com essas pessoas que rimos e compartilhamos pequenos silêncios.
o sentimento que temos por elas é indivisível, mas elas mesmo são soltas, espalhadas pelo mundo. tente prender uma pessoa dessa e você compreenderá o que é jogar tempo fora.
ah, pessoas como essas surgem pela porta do elevador e te dão um abraço forte, calmo, cheio. você olha nos olhos dela e pensa, será que daqui a um ano ainda seremos tão legais um com o outro?
ela te sorri sincero e diz, não sei.
pessoas assim são um achado.
essas que estão ao nosso redor, que nos falam ao ouvido, que nos dão seus ouvidos para falarmos.
com quem trocamos juras, planos, olhares.
tais pessoas nos acompanham no bar, na farmácia, na cama.
elas se enroscam em nosso pescoço e dizem cheias de manha que não vão nos largar, perguntam ainda se aguentaremos isso.
é com essas pessoas que rimos e compartilhamos pequenos silêncios.
o sentimento que temos por elas é indivisível, mas elas mesmo são soltas, espalhadas pelo mundo. tente prender uma pessoa dessa e você compreenderá o que é jogar tempo fora.
ah, pessoas como essas surgem pela porta do elevador e te dão um abraço forte, calmo, cheio. você olha nos olhos dela e pensa, será que daqui a um ano ainda seremos tão legais um com o outro?
ela te sorri sincero e diz, não sei.
pessoas assim são um achado.
terça-feira, 12 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
Eu não sou da sua rua
(Arnaldo Antunes)
Eu não sou da sua rua,
Não sou o seu vizinho.
Eu moro muito longe, sozinho.
Estou aqui de passagem.
Eu não sou da sua rua,
Eu não falo a sua língua,
Minha vida é diferente da sua.
Estou aqui de passagem.
Esse mundo não é
Meu, esse mundo não é seu
é esse o clima...
(Arnaldo Antunes)
Eu não sou da sua rua,
Não sou o seu vizinho.
Eu moro muito longe, sozinho.
Estou aqui de passagem.
Eu não sou da sua rua,
Eu não falo a sua língua,
Minha vida é diferente da sua.
Estou aqui de passagem.
Esse mundo não é
Meu, esse mundo não é seu
é esse o clima...
...a vida acontecendo e eu fingindo que não era comigo.
...as pessoas se aproximando, as pessoas se afastando e eu fingindo que não era comigo.
gosto sempre de ressaltar bem que o tempo do encontro é inversamente proporcional ao tempo do afastamento.
quando estamos envolvidos na conquista de alguém nada acontece num estalar de dedos, é tudo menos rapído do que se imagina. mesmo que as mãos se toquem, os lábios de esfreguem, que os sexos se juntem já...ainda há o depois disso. fica aquela sensação que de depois disso há o que ser ruminado, vivido e ruminado.
você se pergunta, 'nossa, tão rápido' e o tempo te aplica uma rasteira porque nos dias seguintes, ainda enlevado por tudo quanto houve, nada ainda se concretizou. não há vitória a ser cantada.
quando as pessoas se vão de nossas vidas elas o fazem como um mandrake, o batman do cinema, o mestre dos magos. elas até explicam uma coisa ou outra, arranjam um motivo ou outro, às vezes motivos totalmente consistentes, reais e sinceros. mas se mandam num sopro, numa explosão atômica sem vítimas.
conhecer alguém envolve a terafa do desencanamento. é entender que as experiências passadas contam, mas não bastam. é preciso se jogar em novas ondas, porque elas sempre desaguam na areia, porto seguro.
é nessas ondas que surfo.
...as pessoas se aproximando, as pessoas se afastando e eu fingindo que não era comigo.
gosto sempre de ressaltar bem que o tempo do encontro é inversamente proporcional ao tempo do afastamento.
quando estamos envolvidos na conquista de alguém nada acontece num estalar de dedos, é tudo menos rapído do que se imagina. mesmo que as mãos se toquem, os lábios de esfreguem, que os sexos se juntem já...ainda há o depois disso. fica aquela sensação que de depois disso há o que ser ruminado, vivido e ruminado.
você se pergunta, 'nossa, tão rápido' e o tempo te aplica uma rasteira porque nos dias seguintes, ainda enlevado por tudo quanto houve, nada ainda se concretizou. não há vitória a ser cantada.
quando as pessoas se vão de nossas vidas elas o fazem como um mandrake, o batman do cinema, o mestre dos magos. elas até explicam uma coisa ou outra, arranjam um motivo ou outro, às vezes motivos totalmente consistentes, reais e sinceros. mas se mandam num sopro, numa explosão atômica sem vítimas.
conhecer alguém envolve a terafa do desencanamento. é entender que as experiências passadas contam, mas não bastam. é preciso se jogar em novas ondas, porque elas sempre desaguam na areia, porto seguro.
é nessas ondas que surfo.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Jossa Nova e musicoterapia?
Dá pé isso?
Vê lá:
http://www.batelli.com.br/entretenimento/musica/8/musicoterapia-com-o-projeto-jossa-nova-3277
Saudações...
Dá pé isso?
Vê lá:
http://www.batelli.com.br/entretenimento/musica/8/musicoterapia-com-o-projeto-jossa-nova-3277
Saudações...
domingo, 26 de junho de 2011
você pode até achar bobagem, mas o meu time perdeu hoje.
perdemos feio, foi até vergonhoso.
comprei umas cervejas, uns petiscos na perspectiva de um grande jogo. meu time podia até perder, mas assim...
levamos uma surra, uma goleada sonora, como dizem.
ver seu time perder no domingo é quase um agouro. não há outra coisa a fazer, senão comprar mais cerveja, mais petiscos e chorar essa desilusão, mais uma...
amanhã é segunda e vida te exibe um cartaz com os dizeres: acorde!
e as dores futebolísticas são superadas por outras necessidades, outros afazeres.
mas na vida ou no futebol, há sempre um dia após o outro. os dias não vêm geminados, assim como os passos também não. é um passo a frente do outro.
é esse o clima...
perdemos feio, foi até vergonhoso.
comprei umas cervejas, uns petiscos na perspectiva de um grande jogo. meu time podia até perder, mas assim...
levamos uma surra, uma goleada sonora, como dizem.
ver seu time perder no domingo é quase um agouro. não há outra coisa a fazer, senão comprar mais cerveja, mais petiscos e chorar essa desilusão, mais uma...
amanhã é segunda e vida te exibe um cartaz com os dizeres: acorde!
e as dores futebolísticas são superadas por outras necessidades, outros afazeres.
mas na vida ou no futebol, há sempre um dia após o outro. os dias não vêm geminados, assim como os passos também não. é um passo a frente do outro.
é esse o clima...
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